A primeira incursão na equipe de trabalho externo servirá para reconhecimento de campo e para visitar nossos tutelados. Miguel e Alexander foram destacados para serem meus instrutores e parceiro na tarefa.
— Hanzi, primeiro vamos utilizar o transporte de longa distância para nos deslocarmos até a residência de Rael no sertão nordestino – disse meu amigo Miguel.
Para meu espanto, o transporte nos deixou em poucos minutos em um lugarejo simples e humilde no meio da caatinga nordestina.
Chegamos diante de uma casa bem simples, porém com uma horta bem cuidada e com lindas flores:
— Hanzi, está é atual residência de Rael. Seus pais são pessoas muito humildes, porém são muito religiosas e têm o coração muito bom. Veja como a casa é bem cuidada! Veja o pequeno Rael dormindo e observe o cordão luminoso ligado à sua cabeça — disse Miguel.
— O que é esse cordão luminoso Miguel? — perguntei curioso como de costume.
— Trata-se do chamado “cordão de prata” que liga o corpo biológido dos encarnados ao seu perispírito. Nesse momento, Rael está na Colônia Recanto de Irmãos junto com a irmã Maria Madalena fazendo um estágio para aprender um pouco da lida com o campo, já que irá passar sua juventude nessa área rural. Por isso vemos o cordão saindo de seu corpo indo para a direção de nossa colônia.
— Isso não é perigoso? Não pode aconteceu algo de mal com Rael?– perguntei preocupado. Então Miguel me respondeu:
— Esse “cordão de prata” faz parte de uma das propriedades do perispírito que é a flexibilidade para que o Espírito encarnado tenha autonomia. Se causássemos a menor perturbação ao corpo de Rael, em milésimos de segundo seu cordão se recolherá e então ele despertará. Vamos fazer um teste que combinei previamente com a irmã Maria Madalena — dizendo isso Miguel aplicou um passe para o pequeno Rael sentisse uma cólica.
Imediatamente Rael acordou chorando muito, então sua mãe lhe acudiu dizendo:
— Num chore meu fio, a Virge Maria, mãe do minino Jesus vai lhe cuidar!
— Eu estava num lugar bem bunitinho, mas de repente eu senti uma dor forte na barriga. Disse o menino Rael.
Logo em seguida fomos à casa da família de Miguel, também de origem nordestina e lá observamos o pequenino Miguel dormindo e pudemos verificar seu cordão ligando ao Miguel espírito que estava conosco em diligência.
— Este sou eu mesmo em carne e espírito! — falou Miguel provando riso em todos.
Depois disso, também fomos à casa de Alexander, também de origem nordestina que morava na periferia de São Paulo. Pudemos observar cena semelhante à ocorrida na casa de Miguel. Então Alexander Lagden, um italiano muito espirituoso disse:
— Vejam que neném bonitinho sou eu, vou dar muito trabalho para minha mãe jogando bola e paquerando bellas ragazzas como sempre fiz! Também vou lhe manter bastante ocupado Hanzi, para que não esqueças nossas instruções de como ser um bom “anjo da guarda”.
Em continuação de nossa diligência pudemos visitar a casa de Ícaro, agora Clara, e assim pudemos participar de mais um Evangelho no lar juntamente com Hélio, Diogo e Rafaela. Depois do Evangelho, Alexander disse:
— César, agora vou te apresentar meu grande amigo, o francês Arthur Bescherelle que agora reencarnou como o levado menino Ricardo, este vai ser o que mais vai lhe dar trabalho.
— Você está me assustando Alexander... — eu disse preocupado com a tarefa.
— Você precisar sentir um pouco o trabalho que esse “pestinha” já me deu, ouça com atenção que ele já aprontou com seus seis anos de idade: ele costuma correr atrás dos pintinhos do galinheiro chegando a pisar nos pobres coitados; quebra os ovos que as galinhas botam, porque brinca de chocar ovos sentando-se sobre eles no ninho; não tem medo de cão bravo; brinca com gatos provando à ira dos felinos; se embrenha no mato sem o temor de encontrar cobras e escorpiões pelo caminho; amarra uma corda no seu cachorro e o obrigava a puxar sua bicicleta como se fosse um cavalo; colocou o pobre gato dentro da geladeira até que alguém o encontre quase morto de frio; tira a roupa para nadar em uma velha banheira no quintal; passa as tardes trepado em um pé de amora comendo seus frutos maduros e de lá sai com a roupa toda manchada; se diverte matando formigas e caçando sapos com uma lanterna fabricada com lata de leite em pó e iluminação à vela.
— Uau! Será que vou dar conta!
— Vai sim, fique atento porque já salvei esse menino de cair várias vezes em poços abandonados!
PRIMEIRA PARTE (Médium Wilton Oliver) Capítulo 1 - Visitas à casa do irmão Hélio
Cap. 5 - Na câmara de miniaturização
Cap. 6 - Preparação para o porvir
Cap. 8 - Oportunidade para recomeço
Cap. 12 - Nos campos da Colônia
Cap. 14 - Influências nefastas
Cap. 15 - Exposição esclarecedora
SEGUNDA PARTE (Médium Rodrigo Felix da Cruz) - Cap. 1 - Notícia feliz
Cap. 4 - Estágio no Hospital Irmã Margarida
Cap. 7 - Laboratório da Memória
Cap. 9 - Primeiras atividades socorristas
Cap. 10 - Visita a François Dupont
Cap. 12 - Grupo de planejamento
Cap. 13 - Implantação do projeto
Cap. 14 - Trabalho em conjunto
Cap. 15 - Comprometimento, esperança e perdão
TERCEIRA PARTE (médiuns Alessandra Aparecida Silva e Rodrigo Felix da Cruz) Cap. 1 - Balanço
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