Elementos Gerais do Universo, também referenciado como Trindade Universal, é a definição dada pela Revelação Espírita para o conjunto dos três elementos principais que constituem o princípio de tudo o que existe — Deus, espírito (princípio espiritual) e matéria (princípio material) —, colocando em destaque a posição soberana da divindade. Esta definição foi oferecida na resposta para a questão 27 de O Livro dos Espíritos, a uma proposição feita por Allan Kardec sobre o princípio das coisas. Além desta tríade, a mesma resposta introduz o fluido universal (também conhecido como fluido cósmico universal) como sendo um elemento especial acrescentado ao princípio material.
Na primeira parte (Livro Primeiro) de O Livro dos Espíritos, seu autor — Allan Kardec — trata especialmente das Causa Primárias, ou seja, da essência e origem de tudo o que existe no Universo (incluindo aí os possíveis multiversos, tanto dos ditos mundos físicos quanto dos mundos ditos espirituais). Depois de dedicar o primeiro capítulo a Deus, Kardec reserva o capítulo seguinte aos Elementos Gerais do Universo, perscrutando os limites do saber humano sobre a referida temática, para então chegar à observação da existência de duas naturezas distintas e que se integram para que efetivamente elas possam se manifestar, quais sejam:
De posse da definição desses dois elementos, o codificador do Espiritismo então propõe aos mentores espirituais a ideia de que esse dueto formaria o conjunto dos elementos primordiais de tudo o que existe, ao que os Espíritos o confirmam, mas acrescentam um terceiro elemento (Deus), formando assim a tríade essencial:
E logo em seguida, os amigos espirituais completam a resposta, apresentando o fluido universal:
A Trindade Universal costuma ser representada pela forma geométrica de um triângulo, colocando a divindade estrategicamente no ângulo superior — representando assim a soberania de Deus acima de tudo o mais — e o fluido cósmico universal como uma espécie de anexo ao elemento matéria (princípio material). Ver imagem acima.
O conceito de Trindade Universal dentro da obra kardequiana pode ser interpretado como um símbolo, uma ideia cuja insígnia viria representar uma versão espírita da simbologia comum contida na figura de um conjunto que reúna três elementos essenciais para um determinado propósito, notadamente no exemplo da — ou em sua substituição à — concepção católica da “Santíssima Trindade”, que propõe a divisão da divindade nos elementos Pai, Filho e Espírito Santo. Outro modelo de tríade se verifica no hinduísmo, formada pelas divindades Brahma, Vishnu e Shiva. Em Espiritismo, também podemos citar a tríade formada pelas três grandes revelações da Lei de Deus: o Judaísmo sintetizado em Moisés, o Cristianismo sintetizado em Jesus e a Doutrina Espírita, dita a Terceira Revelação.
Para determinadas crenças, os símbolos podem ser sagrados e, por conseguinte, são elementos para adoração e aplicações místicas, como em rituais litúrgicos e sacramentais. Esta última designação não é, absolutamente, o caso da Trindade Universal espírita; esta é uma simbologia comum, como outras tantas insígnias, que têm como objetivo a função didática, sendo um recurso para melhor exemplificação e fixação de certas ideias, um mero instrumento educacional. Da mesma forma, podemos dizer da videira espírita, desenhada pelos Espíritos para representar o trabalho do Criador.
Outro exemplo de trindade é mencionado por Allan Kardec na obra O Evangelho segundo o Espiritismo:
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