Consolador, ou Consolador Prometido, é como o Espiritismo por vezes é denominado, em alusão à promessa feita por Jesus, conforme os evangelhos bíblicos, de que o paráclito seria enviado por Deus à humanidade, para reestabelecer a verdade ensinada pelo Cristo, para ensinar coisas novas e permanecer definitivamente com os homens, auxiliando-os em sua jornada evolutiva. Esse paráclito também é descrito como “Espírito da Verdade”, que a tradição religiosa cristã chama de Espírito Santo (a terceira pessoa da chamada Santíssima Trindade) e que a teologia comumente entende como sendo o Messias que ressurgirá na Terra (isto é, a volta de Jesus, fisicamente). Por sua vez, a Doutrina Espírita compreende o Consolador Prometido como sendo o derramamento da mediunidade, a Revelação Espírita ou o próprio Espiritismo, então compondo a Terceira Revelação da Lei Divina; segundo a codificação kardequiana, o advento deste movimento renovador é presidido pelo Espírito da Verdade (subentendido Jesus) e, conforme foi predito, o Espiritismo vem no tempo determinado cumprir a promessa cristã.
A referência para a definição do Espiritismo como sendo o consolador prometido por Jesus está na obra de Allan Kardec para a codificação espírita, com base nos textos do Novo Testamento da Bíblia, cujo contexto é: Jesus anuncia aos seus apóstolos que ele seria entregue aos doutores da lei e que estes o condenariam à morte; portanto, ele haveria de partir, porém Jesus deixou a promessa que, se seus discípulos guardassem aqueles ensinamentos cristãos, ele pediria que o Pai (Deus) lhes enviasse “outro paráclito”. Aqui então temos o vocábulo que serve de referência para o desenvolvimento das ideias a respeito do tema proposto.
Paráclito vem do grego παράκλητος = paráklētos, transliterado para o latim paracletus, significando, num sentido mais amplo, “aquele que conforta, reanima, guia, defende e intercede em favor de alguém”. Na Grécia Antiga, assim era chamado, num sentido mais estrito, quem representava o réu perante o tribunal, algo próximo do que hoje entendemos pelo ofício do advogado. Este termo é usado em algumas passagens bíblicas na versão grega e tem sido traduzido para a língua portuguesa (e termos equivalentes em outros idiomas) de diversas formas, dentre as quais: Consolador (tradução ACF), Auxiliador (NTLH), Conselheiro (NVI) e Encorajador (NVT) — acrescentando que a versão católica (VC) e tradução da Sociedade Bíblica Britânica (TB) usam a forma transliterada Paráclito, preservando assim o sentido original da referência da língua grega. O termo comum aplicado em francês é Consolateur (Consolador), inclusive na tradução de Lemaistre de Sacy (1613-1684), que é a versão padrão usada por Kardec, conforme ele anota na Introdução de O Evangelho segundo o Espiritismo.
Vejamos os textos de referência, que aqui reproduzimos conforme a versão NAA - Nova Almeida Atualizada, correspondente à modernização da tradução do português João Ferreira de Almeida (1628-1691); esta versão está disposta na versão online (www.bibliaonline.com.br).
Extraímos as primeiras referências do Evangelho segundo João:
Vemos, pois, que no evangelho joanino o paráclito está intimamente associado às expressões “Espírito da verdade” e “Espírito Santo”. A questão que se apresenta então é a de interpretar “quem” ou “o que” é esse Paráclito, esse Espírito da verdade ou Espírito Santo. E isto é o que faremos a seguir.
O Judaísmo não aceita o Novo Testamento como a segunda revelação da lei divina, detendo-se basicamente na Lei Mosaica (atribuída à revelação divina feita a Moisés) contida no Velho Testamento; portanto, para esta crença, a promessa de Jesus não tem maiores consequências do que o sentido comum interpretado do termo Paráclito, no seu sentido mais estrito: advogado, defensor, porém numa forma impessoal, representando simplesmente as próprias boas ações de cada um perante Deus.
Em harmonia com essa significação, a coletânea de máximas hebraicas Pirkei Avot [Ética dos Pais], livro 4, item 13, exprime: “Aquele que pratica uma boa ação obteve para si um advogado [paráclito], e aquele que comete uma transgressão obtém para si um acusador.”, espelhando a passagem do livro de Jó, 16:19 — “Já agora a minha testemunha está no céu, e nas alturas se encontra quem advoga a minha causa”. No Shabbat 32a, lê-se: “As obras de benevolência e misericórdia feitas pelo povo de Israel neste mundo tornam-se agentes de paz e intercessores [paráclitos] entre eles e seu Pai no céu.” Neste contexto, “paráclito” não se confunde com uma pessoa ou um anjo; trata-se de uma metáfora que remete às qualidades do próprio indivíduo, que se beneficia de suas boas obras. E o mesmo se aplica às expressões Espírito da verdade e Espírito Santo.
A propósito deste contexto, a Jewish Encyclopedia sugere uma incorreção na interpretação que os teólogos cristãos tradicionais dão à conotação de “consolador”, “intercessor” ou “auxiliador” na forma de uma terceira pessoa envolvida na relação íntima de cada qual para com Deus, ainda que este intermediário seja Jesus: “Deus não precisa de um intercessor, isto é, um ajudante” — declara Kaufmann Kohler, o rabino que assina o referido verbete naquela enciclopédia judaica.
Conquanto haja várias correntes doutrinárias mais ou menos diferentes, o entendimento majoritário dentro do cristianismo tradicional consagra um sentido mais amplo do termo paráclito, abrangendo a conotação de “consolador”, com base numa forma verbal derivada da mesma raiz grega (παρακληθήσονται => paraclethesontai: consolar) utilizada por Jesus numa das máximas do Sermão da Montanha, segundo o Evangelho de Mateus, 5: 4 — “Bem-aventurados os que choram, porque serão consolados.” Ora, quem chora precisa de consolo; logo, tal verbo “paracletear” só poderia ser entendido como consolar.
Fora isso, assim como a tradição judaica interpreta, a doutrina católica entende o paráclito como sendo o mesmo que o Espírito da Verdade e o Espírito Santo, com a diferença que ele seja pessoal, aliás, uma das três pessoas da chamada Santíssima Trindade: Deus-Pai (o Criador), Deus-Filho (Jesus) e Deus-Espírito Santo. Segundo tal catecismo, essa divisão da divindade estaria justificada principalmente pela passagem seguinte atribuída a uma fala de Jesus:
O “mistério da Santíssima Trindade” é um dogma que foi instituído pela igreja católica, porém é rejeitado por várias denominações cristãs, que então se declaram unicistas, inspirados na declaração contida em Deuteronômio, 6:4 — “Escute, Israel, o Senhor, nosso Deus, é o único Senhor.”
Quanto à promessa de Jesus para o advento do Consolador, conforme a doutrina das igrejas cristãs em geral, ela se realizará completamente com a segunda vinda física de Jesus, que então julgará as almas conforme predito no Apocalipse. Por outro lado, alguns teólogos propõem que a promessa já foi cumprida em parte: quando a ressurreição do Cristo completava cinquenta dias (Pentecostes), os seus discípulos estavam reunidos e, segundo a narração bíblica, aconteceu o extraordinário fenômeno de um som vindo do céu repentinamente e enchendo a casa onde eles estavam assentados; em seguida, os discípulos viram algo parecido com “línguas de fogo”, que se repartiram e pousaram sobre eles. Então:
Grande multidão se formou e, tendo vindo pessoas de diversas regiões, que falavam outros idiomas, eles escutavam o discurso dos apóstolos cada qual em sua língua nativa. Apesar da exuberância daquele fenômeno de xenoglossia, muitos chegaram a zombar e supor que os discípulos estavam embriagados, ao que Pedro (líder dos apóstolos) retrucou:
De fato, essa profecia consta no livro de Joel, 2:28-30, no Antigo Testamento.
A obra kardequiana analisa a promessa de Jesus sobre o Paráclito começando pela justificativa da necessidade desta futura providência:
Está enfatizado que os ensinamentos do Cristo (Segunda Revelação) precisariam de complemento (a Terceira Revelação) porque à sua época o mundo não estava “maduro”; para isso, era preciso tempo para o desenvolvimento das ciências e do espírito da humanidade, pois se a nova revelação tivesse vindo pouco tempo depois de Jesus, ela teria encontrado o povo nas mesmas condições pouco propícias para novos desenvolvimentos e não teria feito mais do que ele. Eis por que Allan Kardec vai dizer: “Se o Espiritismo tivesse vindo antes das descobertas científicas teria sido uma obra abortada, como tudo que vem antes do seu tempo.” (A Gênese, os Milagres e as Predições segundo o Espiritismo - cap. I, item 16) Além disso, nesse complemento, o paráclito precisaria reestabelecer as coisas; Jesus havia previsto que seus ensinamentos seriam desviados, pois “só se restabelece aquilo que foi desfeito.”
Quanto ao nome Consolador, Kardec esclarece:
Com efeito, estando a par da História das igrejas, das atrocidades cometidas pelos religiosos — em nome da “verdade” — e das controvérsias teológicas, o codificador espírita lembra que até antes do Espiritismo, nenhuma nova grande verdade espiritual se estabeleceu para justificar o cumprimento da promessa crística, que prediz que o Consolador viria “ensinar todas as coisas”, nem mesmo no fenômeno de Pentecostes:
Em contrapartida a essa imprecisão teológica e estando inteiramente ciente das extraordinárias revelações promovidas pelo Espiritismo, Kardec apresenta a Doutrina Espírita como o Consolador Prometido:
Em face da excepcional contribuição da Revelação Espírita para a evolução espiritual da humanidade, exercendo o papel do Paráclito predito pelo Cristo, Allan Kardec ressalta o caráter impessoal do Consolador; assim sendo, não se trata de uma individualidade, nem carnal nem espiritual, e ninguém pode se dizer ser o criador ou dono dele; este “Novo Messias” (Enviado) é de fato a personificação de uma doutrina soberanamente consoladora, fruto do ensino coletivo dos Espíritos.
Desmistificando a ideia de que o Paráclito viesse a ser exatamente Jesus (em Espírito ou renascido na Terra), Kardec frisa que as próprias palavras do Evangelho ilustram a separação das partes ao dizer: “Eu pedirei a meu Pai e ele lhes enviará outro Consolador” — no que observamos três elementos distintos: “Eu” (Jesus), “meu Pai” (Deus) e “outro Consolador”. De outra maneira, ele teria dito: “Eu voltarei para completar o que lhes tenho ensinado”. Diz Kardec, ratificando esta dedução lógica:
Tal posicionamento de Jesus também refuta totalmente o dogma da Santíssima Trindade, cuja inconsistência é igualmente demonstrada logicamente pela conceituação espírita da indivisibilidade de Deus. A Igreja propôs que Jesus era Deus observando literal e isoladamente a passagem bíblica em João, 10:30 — “O Pai e eu somos um”. Entretanto, a sequência desse mesmo capítulo indica bem que por esses termos Jesus exprimia que ele e Deus estavam unidos pelo mesmo propósito, que ambos representavam os mesmos pensamentos, sentimentos e ações. Nesse mesmo contexto fica entendido a relação de Jesus com os seus apóstolos tal como ele prediz em João, 14:18-20 — “Não vos deixarei órfãos; voltarei para vós. Ainda um pouco, e o mundo não me verá mais, mas vós me vereis, porque eu vivo, e vós vivereis. Naquele dia conhecereis que estou em meu Pai, e vós em mim, e eu em vós.”
O necessário advento do Consolador — devidamente representado pelo Espiritismo — coloca a Doutrina Espírita na linha histórica da tradição religiosa judaico-cristã, compondo então a Terceira Revelação da Lei Divina, tendo esta nova revelação características peculiares em relação às demais; por exemplo, ela não se apoia tão somente na autoridade de quem a dita ou de quem a recebeu, mas principalmente na lógica dos seus postulados, em acordo com as leis da Natureza, observáveis pelo estudo e pela experimentação, do que Allan Kardec vai dizer que: “o que caracteriza a revelação espírita é que a sua origem é divina, que a iniciativa pertence aos Espíritos e que a sua elaboração é fruto do trabalho do homem.” (A Gênese, os Milagres e as Predições... - cap. I, item 13) Esta mesma peculiaridade ratifica a impessoalidade da nova doutrina reveladora:
As passagens evangélicas associam o Paráclito ao Espírito da Verdade (ou Espírito de Verdade) e ao Espírito Santo (ou Santo Espírito), que a tradição religiosa comumente interpreta como a terceira pessoa da dita Santíssima Trindade — concepção claramente refutada pelo Espiritismo, que por sua vez compreende o Espírito Santo como sendo a Providência Divina, a ação do Pai Celestial para cuidar de todas as criaturas — e não propriamente Deus. Em suma, toda inspiração espiritual, todas as leis e reações da natureza são, portanto, ações da Providência, quer dizer, do Espírito Santo, que então assume metaforicamente a ideia de uma entidade, apesar de impessoal. É neste sentido que devemos entender a inspiração que o Espírito Lacordaire invoca para escrever sobre o orgulho e a humildade em O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. VII, item 11 — “Que o Espírito Santo me ilumine e ajude a tornar compreensível a minha palavra, concedendo-me o favor de pô-la ao alcance de todos!”
Novamente desmistificando o conceito da trindade divina, também Jesus diferenciou a pessoa dele e o Espírito Santo, dizendo:
Já o Espírito de Verdade, este é colocado como sinônimo do Paráclito, isto é, o Consolador — o movimento revelador prenunciado pelo Cristo, então realizado pelo advento do Espiritismo. Por conseguinte, o Paráclito (Espírito de Verdade, Consolador, Espiritismo, Terceira Revelação) é uma das providências do Criador. E inserido no mecanismo operacional dessa providência divina, encontraremos também a ação espiritual executando os desígnios de Deus, exatamente tal como no cumprimento da promessa messiânica do Paráclito, conforme os Espíritos anunciaram:
Certas citações bíblicas sugerem que o Espírito Santo tenha uma relação íntima com a mediunidade, que é o exercício da comunicabilidade espiritual; noutras palavras, a interação entre desencarnados e encarnados, ou mesmo entre a Divindade e os homens. Na passagem de Lucas, 1:67, por exemplo, lemos que Zacarias (pai de João Batista) “ficou cheio do Espírito Santo e profetizou"; em Lucas, 2:25-33, temos a história do ancião Simeão, justo e temente a Deus, a quem foi revelado pelo Espírito Santo que não morreria antes de ter visto o Messias — como de fato ocorreu.
É pelas suas capacidades mediúnicas que o apóstolo Paulo alegar ser guiado pelo Espírito Santo, que lhe havia prevenido das prisões e sofrimentos que o esperavam, segundo o livro Atos dos Apóstolos, 20:22-23. Esse mesmo Paulo, na sua carta aos Hebreus, 6:5-6, narra que aqueles que foram batizados em nome do Senhor Jesus, sobre os quais o apóstolo impôs as mãos, encheram-se do Espírito Santo e então falavam línguas (Xenoglossia) e profetizavam.
Assim, “encher-se” do Espírito Santo, ou “estar com” ele, equivale a entrar em transe mediúnico e se deixar guiar por ele, quer dizer, pelos anjos, pelos guias espirituais, os Espíritos protetores etc. Nessa mesma direção, uma exemplificação de psicofonia está exposta em Lucas, 12:11-12 — “Quando levarem vocês às sinagogas ou à presença de governadores e autoridades, não se preocupem quanto à maneira como irão responder, nem quanto às coisas que tiverem de falar. Porque o Espírito Santo lhes ensinará, naquela mesma hora, as coisas que vocês devem dizer.” Essa mesma fala de Jesus é transcrita em Marcos, 13:11, e em Mateus, 10:19-20, embora nesta última passagem, ao invés de “Espírito Santo”, o termo usado é “Espírito do Pai”. A propósito da diversidade de fenômenos mediúnicos, Paulo lista alguns exemplos, denominando-os “dons do Espírito Santo” (I Coríntios, capítulo 12).
Em consequência disso, o Consolador Prometido encontra-se também referenciado na profecia do derramamento do Espírito Santo (manifestações espirituais, mediunidade) no Antigo Testamento (Joel, 2:28-30) e replicada no Novo Testamento:
Desta feita, o paráclito é, de maneira genérica, o conjunto de toda a fenomenologia mediúnica — dentro e fora dos preceitos doutrinários espíritas — irrompida com a moda das Mesas Girantes e todo o movimento do Espiritualismo Moderno de meados do século XIX, do qual, depois, a Doutrina Espírita codificada por Allan Kardec se estabeleceu como o núcleo da nova revelação e dependendo absolutamente das manifestações dos Espíritos — sem as quais não haveria a Revelação Espírita.
O derramamento da mediunidade, representando o Paráclito, não poderia ser de forma aleatória e sem comando; ao contrário, tudo demonstra uma ordem e plano didático, que o escritor e médico Arthur Conan Doyle chamou de “invasão organizada de Espíritos” (A História do Espiritualismo - cap. I). A Doutrina Espírita, a propósito, foi elaborada mediante uma programação espiritual meticulosa — “segundo o ensinamento dado pelos Espíritos superiores”, como está grafado na folha de rosto de O Livro dos Espíritos, que é a obra inaugural da nova doutrina.
Para tanto, estabelecendo essa ordem e essa organização, subentende-se uma hierarquia espiritual e uma liderança ativa, que Allan Kardec primeiramente afirma pertencer a Jesus:
Depois, num trecho bastante semelhante, Kardec aponta a liderança para o Espírito de Verdade:
Logo na sequência do texto desta última citação, Kardec reproduz uma coletânea de mensagens, recebidas entre 1861 e 1863 e ditadas por uma entidade espiritual que assinou com a alcunha “O Espírito de Verdade”. O teor das comunicações não deixa dúvidas que seu autor declara ser o próprio Jesus: “Como em outros momentos eu fiz aos transviados filhos de Israel, venho a vocês, trazer a verdade e dissolver as trevas. Escutem: como antigamente a minha palavra fez, o Espiritismo tem de lembrar aos incrédulos que acima deles reina a imutável verdade: o Deus bom, o Deus grande, que faz germinem as plantas e se levantem as ondas. Revelei a doutrina divinal. Como um ceifeiro, reuni em feixes o bem espalhado no seio da Humanidade e disse ‘Venham a mim, todos vocês que sofrem...” Esta mesma dissertação, aliás, já havia sido publicada quatro anos antes, com pequenas modificações, em O Livro dos Médiuns, de onde recortamos o trecho a seguir:
O ponto mais interessante aqui é que nesta primeira publicação Kardec revela que o autor desta mensagem havia assinado com o nome Jesus de Nazaré.
Jesus de Nazaré, o Cristo
Ao longo da bibliografia kardequiana, vamos encontrar várias mensagens e menções ao Espírito de Verdade — às vezes grafado Espírito da Verdade, Espírito Verdade ou simplesmente A Verdade — ficando claramente subentendido que é o próprio Cristo, que então estaria presidindo a Revelação Espírita, isto é, o próprio Espiritismo, por exemplo, nas passagens que seguem:
Outros Espíritos dão seu testemunho, tanto da identificação de Jesus como Espírito de Verdade quanto da presidência do movimento espírita, como é o caso de Erasto:
Já o Espírito de Hahnemann, tratando de um grave caso de possessão, acrescenta que o Espírito de Verdade não apenas preside a Terceira Revelação, mas também dirige todo o planeta Terra:
Em se confirmando a mesma identidade nos dois personagens em questão, ainda assim poderemos ver a impessoalidade da obra espírita, pois Jesus, com toda a sua realeza, não se fez dono do Consolador, como afirmou o filósofo José Herculano Pires:
O caráter essencial presente no Espiritismo que faz jus ao seu qualificativo de “doutrina consoladora” é explicado nos seguintes termos:
Enfim, a fonte do consolo espírita está no esclarecimento da verdade sobre a necessidade e a justiça dos sofrimentos atuais e sobre as recompensas futuras. Por isso, dizemos que o Espiritismo consola os corações iluminando as mentes ao mesmo passo em que ilumina as mentes consolando os corações.
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