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Índice de verbetes


Espiritismo



Espiritismo, ou Doutrina Espírita — também denominado Kardecismo — é uma doutrina caracterizada como “filosofia espiritualista”, desenvolvida a partir da Revelação Espírita, sob o princípio da racionalidade. Seus princípios fundamentais foram codificados por Allan Kardec, que definiu o Espiritismo basicamente como “a ciência que trata da natureza, origem e destino dos Espíritos, bem como de suas relações com o mundo espiritual”. Considera-se 18 de abril de 1857 o seu marco inaugural, com o lançamento de O Livro dos Espíritos, a primeira das chamadas Obras Básicas da Codificação Espírita, ou codificação kardequiana. O Espiritismo também é chamado de Terceira Revelação e Consolador Prometido, com referência à promessa feita por Jesus, conforme textos do Novo Testamento. É ainda um desdobramento das ideias do Mesmerismo, ou Magnetismo Animal — que Kardec denominou “ciência irmã do Espiritismo” — e do Espiritualismo Moderno. Desenvolvendo-se no tríplice aspecto: científico, filosófico e religioso, a Doutrina Espírita tem como objetivo prático a promoção da evolução espiritual da humanidade, através do seu intelectual e moral, em cooperação com a espiritualidade, via mediunidade. Seus praticantes são chamados naturalmente de espíritas ou espiritistas, além de kardecistas. A máxima “Fora da Caridade não há salvação” é usada pelo movimento espírita como uma espécie de lema ou slogan, representando a síntese da sua moral espírita, que é essencialmente cristã. De maneira informal, o desenho da videira espírita é comumente utilizado como emblema do Espiritismo.


Videira Espírita: emblema informal do Espiritismo



Etimologia e designação

Espiritismo é a tradução do vocábulo francês spiritisme, cunhada a partir dos termos latinos spirit (espírito) e isme (doutrina), resultando na definição literal “doutrina dos espíritos”. Trata-se, portanto, de um neologismo estabelecido por Allan Kardec para designar o sistema por ele codificado em acordo com as revelações espirituais.

“Para coisas novas é preciso palavras novas, como a clareza da linguagem assim o exige, para evitar a confusão inseparável dos múltiplos significados dos mesmos termos. As palavras: espiritual, espiritualista e espiritualismo têm uma acepção bem definida; dar a eles uma nova significação para aplicá-los à doutrina dos Espíritos seria multiplicar os casos já tão numerosos de anfibologia. De fato, o espiritualismo é o oposto do materialismo; quem acredita haver em si alguma coisa além da matéria é espiritualista; mas isso não quer dizer que ele creia na existência dos Espíritos ou em suas comunicações com o mundo visível. Em lugar das palavras ESPIRITUAL e ESPIRITUALISMO, nós usamos, para designar esta crença, os termos espírita e espiritismo, cuja forma lembra a origem e o sentido da raiz da palavra, e que por isso mesmo tem a vantagem de serem perfeitamente compreensíveis, reservando ao vocábulo espiritualismo a significação que lhe é própria.”
O Livro dos Espíritos, Allan Kardec - Introdução ao estudo da Doutrina Espírita, item I

Apesar da preocupação com a justeza das significações, o próprio Allan Kardec às vezes vai aplicar esses seus novos termos estrategicamente em designações distintas: ora de forma generalizada (espiritualismo, mediunidade) e ora mais especificamente, relacionando-os exclusivamente à doutrina baseada na nova revelação por ele sistematizada. Por vezes, por exemplo, ele vai considerar como “espiritismo” toda e qualquer crença na existência e na manifestação dos Espíritos, ao passo que de outras vezes ele ressalta a distinção entre ambos (diferenciando o seu Espiritismo das demais doutrinas espiritualistas); em certas ocasiões ele vai equiparar o qualificativo espírita ao mesmo conceito de espiritual, enquanto noutras tantas vai reservar aquele seu adjetivo ao que se refere com exclusividade à sua codificação propriamente dita, a exemplo de quando, em determinado momento, ele assim exprimiu:

“O Espiritismo só reconhece como adeptos os que põem em prática os seus ensinamentos, isto é, que trabalham a sua própria melhora moral, porque é o sinal característico do verdadeiro espírita. Ele não é responsável pelos atos daqueles a quem agrada dizer-se espíritas, mais do que a verdadeira ciência pelo charlatanismo dos escamoteadores, que se intitulam professores de física, nem a sã religião pelos abusos cometidos em seu nome.”
Revista Espírita - jan. 1869: 'O Espiritismo do ponto de vista católico'

Com efeito, não tardou e o emprego dos termos espiritismo e espírita acabou se generalizando e, de forma comum, estas palavras acabaram sendo apropriadas para se referirem a toda a fenomenologia espiritualista, para além dos círculos ditos kardecistas.


Allan Kardec, codificador do Espiritismo


Como essa polissemia permanece até os dias de hoje, frequentemente se usa as expressões Espiritismo Kardecista ou Kardecismo para enfatizar a designação da Doutrina Espírita codificada por Kardec, fazendo assim a sua distinção em relação às demais crenças e filosofias espiritualistas.

De forma categórica, compreendemos o Espiritismo como o conjunto dos fundamentos codificados por Allan Kardec e de todos os conceitos logicamente desenvolvidos em acordo com estes fundamentos. Em tal contexto, admitimos as definições Doutrina Espírita, Kardecismo e Doutrina Kardecista (e suas variantes, como Codificação Kardeciana e Kardequiana etc.) como seus sinônimos. Quanto às demais escolas parcialmente concordantes com os fundamentos espíritas, elas são classificadas como espiritualistas.

Vulgarmente, atribui-se o nome Espiritismo a crenças e práticas em geral que fazem uso da mediunidade, tais como os cultos e rituais de matriz africana, envoltos de sincretismo com a cultura indígena e o catolicismo (umbanda, candomblé, quimbanda etc.); sobre essa mistura heterogênea, ficamos com a reflexão do filósofo espírita José Herculano Pires que, comparando a excelsitude da Doutrina Espírita frente ao barbarismo daquelas crenças e práticas primitivas — espécies de mediunismo —, afirma:

“Por sinal que encontramos nesse capítulo a ignorância ilustrada de sociólogos, antropólogos, psicólogos e médicos, que usam em seus trabalhos e pesquisas a palavra Espiritismo para designar as manifestações do animismo primitivo e do mediunismo selvagem. Devemos sempre repelir esse abastardamento da palavra que Kardec criou como nome genérico de uma doutrina científica e filosófica oriunda do ensino dos Espíritos Superiores. O Espiritismo é unicamente a doutrina que está nas obras de Kardec e dos que continuaram o trabalho do Mestre, sem trair os seus princípios básicos.”
Mediunidade, J. Herculano Pires - cap. 6

Compreendemos assim que as fontes elementares que deram origem à codificação básica do Espiritismo foram os fenômenos espirituais, pelo que as manifestações de efeitos físicos ensejaram a parte científica da doutrina e as comunicações inteligentes serviram de base para o corpo filosófico e religioso, obedecendo a uma programação da espiritualidade em vista de promover a evolução espiritual da Humanidade. Diante disso, faz sentido o título “Doutrina dos Espíritos”; mas, à contribuição dos seres desencarnados, soma-se o trabalho também necessário dos encarnados, dando à revelação espírita um caráter partícular, não dogmático e progressista. Destarte, reconhecemos o mérito de Allan Kardec no monumental serviço de codificar a base doutrinária espírita, assim como o de seus continuadores, com os quais todos os espíritas são convidados a colaborar.


Desenvolvimento histórico

O marco inicial do Espiritismo é tradicionalmente datado de 18 de abril de 1857, quando da publicação de O Livro dos Espíritos, de Allan Kardec, em Paris, França; esta data simbólica é em consequência de a referida obra conter a síntese dos conceitos fundamentais da nova doutrina — fruto de cerca de dois anos de intenso estudo e pesquisa do autor acerca das manifestações mediúnicas que serviram de base para a sistematização da Doutrina Espírita.

Com efeito, em meados daquele século XIX, uma onda de fenômenos espirituais espalhou-se pelos grandes centros urbanos, como repercussão do célebre caso de poltergeist em Hydesville, nos Estados Unidos da América, envolvendo as irmãs Fox, em 1849; estabeleceu-se então um movimento conhecido como mesas girantes, em que se realizavam sessões para evocar os ditos fenômenos sobrenaturais. Logo em seguida, a moda das evocações chega à Europa e se prolifera pelos salões públicos, teatros e até reuniões familiares; é a grande sensação social da década de 1850, um movimento que ficou conhecido como Espiritualismo Moderno.


As irmãs Fox: Leah, Kate e Maggie; precursoras do Espiritismo


Em geral, as reuniões visavam mais o entretenimento das pessoas, curiosas com os insólitos fenômenos produzidos sobre pequenos móveis (mesas, especialmente) que se erguiam, saltitavam, dançavam e reproduziam batidas e ruídos diversos — o que, por si só, já era uma forte evidência de uma potência extra-humana inteligente, uma vez que respondia ao comando dos evocadores. Daí se concluiu a existência dos Espíritos e da sua faculdade de atuar fisicamente no nosso mundo físico material. Entretanto, além dos efeitos físicos, descobriu-se a possibilidade de se obter mensagens inteligentes das entidades espirituais, para a qual foram criados métodos de comunicação, a começar pela tiptologia (associação das letras do alfabeto a um determinado número de batidas) até que se desenvolvesse vias mediúnicas mais práticas, como a psicografia e a psicofonia.

O moderno espiritualismo despertou um grande interesse no estudo daquela fenomenologia; dentre os estudiosos que foram atraídos pelas mesas girantes figurava o pedagogo francês Hippolyte Léon Denizard Rivail. Inicialmente cético em relação àqueles fenômenos, ele propôs a si mesmo desvendar o mistério que provocou uma verdadeira febre social em toda a gente. Porém, tendo participado de algumas sessões ao lado de pessoas estimadas, averiguando e descartando todas as possibilidades de fraude ou ilusão, ele se convenceu da veracidade das manifestações e da existência dos Espíritos; desde então se dedicou completamente às pesquisas espíritas e mais adiante se inteirou da missão que lhe havia sido confiada, qual seja a de sintetizar as novas revelações espirituais e publicá-las, codificando assim a base da nova doutrina, que ele denominou Espiritismo, quando publicou a sua obra básica — O Livro dos Espíritos — que ele assinou com o pseudônimo Allan Kardec.


O Livro dos Espíritos, marco inaugural da Doutrina Espírita


A positiva repercussão do livro inaugural fez surgir, tanto na França como no exterior, um crescente interesse pela nova doutrina, motivando Kardec a prosseguir ainda mais com suas pesquisas. Tal demanda o inspirou a lançar em 1 de janeiro de 1858 a Revista Espírita, publicação mensal subintitulada Jornal de Estudos Psicológicos. A extraordinária propagação do Espiritismo resultou na fundação da Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas, em 1 de abril de 1858, onde se realizavam experimentações mediúnicas e estudo de suas comunicações visando o desenvolvimento da doutrina. A exemplo desta, outras instituições foram fundadas em várias partes do mundo, com muitas das quais Kardec mantinha frequente intercâmbio.

Além de O Livro dos Espíritos e da Revista Espírita, Kardec deu prosseguimento à codificação do Espiritismo com novas publicações. Em 1859, ele escreveu O Que é o Espiritismo, uma breve síntese da doutrina; em 1861, foi lançado O Livro dos Médiuns, o Guia dos médiuns e evocadores; em 1864 veio a público O Evangelho segundo o Espiritismo; em 1865 foi a vez de O Céu e o Inferno, de cujo subtítulo A Justiça Divina segundo o Espiritismo; em 1868, publicou A Gênese, os Milagres e as Predições segundo o Espiritismo. Após a desencarnação do codificador, uma coletânea de seus escritos pessoais e ensaios doutrinários inéditos foram copilados e publicados no livro Obras Póstumas, em 1890, aos cuidados da Sociedade Anônima Espírita, a entidade criada para dar continuação ao trabalho doutrinário do pioneiro espírita.


Dos antecedentes mediúnicos à Terceira Revelação

A comunicabilidade espiritual é uma realidade registrada desde todos os tempos da História da humanidade e está presente nos mais diversos povos, especialmente nos livros ditos “sagrados” — incluso a Bíblia. Modernamente, este princípio é chamado de mediunidade; as pessoas dotadas da capacidade de receber e de transmitir os ensinamentos espirituais são chamadas de médiuns, outrora conhecidos como profetas, magos, feiticeiros, pitonisas, xamãs etc.

Instituído por Deus, o intercâmbio mediúnico tem como objetivo a cooperação dos Espíritos no processo evolutivo da humanidade, por exemplo, para a revelação progressiva das Leis Divinas; nesse processo, o Espiritismo vem na sequência de duas grandes revelações, a saber:

  • Primeira Revelação: revelação mosaica (de Moisés), estabelecida a partir dos hebreus, que instituiu o monoteísmo, isto é, a crença em Deus como o Ser Único, Onipotente, Criador do Universo e Supremo Soberano. Está sintetizada nos textos do Antigo Testamento;
  • Segunda Revelação: revelação cristã, concentrada na mensagem de Jesus, o Cristo, sintetizada nos textos do Novo Testamento, cuja boa nova proclama a fraternidade universal, a vida espiritual e o mandamento de amor incondicional.

Assim como o Antigo Testamento previu a vinda de Jesus, o Messias, a Terceira Revelação foi profetizada pelo Cristo na sua promessa para o Consolador:

“Se vocês me amam, guardarão os meus mandamentos. E eu pedirei ao Pai, e ele lhes dará outro Consolador, a fim de que esteja com vocês para sempre: é o Espírito da verdade, que o mundo não pode receber, porque não o vê, nem o conhece. Vocês o conhecem, porque ele habita com vocês e estará em vocês.
“Mas o Consolador, o Espírito Santo, que o Pai enviará em meu nome, esse ensinará a vocês todas as coisas e fará com que se lembrem de tudo o que eu lhes disse.”
João, 14: 15-17,26

Representação de Jesus


Desmistificando a ideia aventada por muitos de que o Consolador (Paráclito) viesse a ser exatamente Jesus (em Espírito ou renascido na Terra), Allan Kardec frisa que as próprias palavras do Evangelho ilustram a separação das partes ao dizer: “Eu pedirei a meu Pai e ele lhes enviará outro Consolador” — no que observamos três elementos distintos: “Eu” (Jesus), “meu Pai” (Deus) e “outro Consolador”. De outra maneira, ele teria dito: “Eu voltarei para completar o que lhes tenho ensinado”. Diz o codificador espírita, ratificando esta dedução lógica:

“Depois [Jesus] acrescentou: ‘A fim de que ele fique eternamente com vocês e ele estará em vocês’. Essa afirmação não poderia referir-se a uma individualidade encarnada, que não poderia demorar-se eternamente conosco, nem ainda menos estar em nós, mas compreendemos muito bem que seja uma doutrina que, com efeito, quando a tivermos assimilado, poderá estar eternamente em nós.”
A Gênese, os Milagres e as Predições segundo o Espiritismo - cap. XVII, item 40

Compreende-se, naturalmente, que a Terceira Revelação só pode ser de caráter impessoal, perfeitamente justificada pela profecia do derramamento da mediunidade, como previsto no Antigo Testamento (Joel, 2:28-30) e replicada no Novo Testamento:

“E acontecerá nos últimos dias, diz Deus, que derramarei o meu Espírito sobre toda a humanidade. Os filhos e as filhas de vocês profetizarão, os seus jovens terão visões, e os seus velhos sonharão. Até sobre os meus servos e sobre as minhas servas derramarei o meu Espírito naqueles dias, e profetizarão.”
Atos dos Apóstolos, 2:15-18

Esse caráter de impessoalidade, porém, não implica em um evento fortuito e sem comando; ao contrário, obedece a toda uma programação didática, rigorosamente planejada e orquestrada para tomar a forma de uma doutrina muito bem fundamentada, que reconhecemos perfeitamente no Espiritismo, presidido pelo Espírito de Verdade, que representa o próprio Cristo:

“O espiritismo vem na época predita cumprir a promessa do Cristo: o Espírito de Verdade é quem preside seu advento. Ele convida os homens a observar a lei de Deus; ensina todas as coisas fazendo compreender o que Jesus só disse por parábolas. Cristo advertiu ‘Ouçam os que têm ouvidos para ouvir’. O espiritismo vem abrir os olhos e os ouvidos, pois fala sem figuras e nem alegorias; levanta o véu que foi intencionalmente lançado sobre certos mistérios. Finalmente, vem trazer a consolação suprema aos deserdados da Terra e a todos os que sofrem, atribuindo causa justa e finalidade útil a todas as dores.”
O Evangelho segundo o Espiritismo, Allan Kardec - cap. VI, item 4

De fato, vemos no Espiritismo o cumprimento da promessa do Consolador na época apropriada: desde o fim da Era Medieval, com o crescente progresso científico e uma maior liberdade de expressão, as ideias materialistas estavam bastante em voga, o repúdio às instituições religiosas era flagrante e tudo quanto dissesse respeito às questões espirituais era rechaçado com veemência a pretexto de superstição e misticismo; então, o século XVIII, chamado de “O século das Luzes”, também ficaria marcado como o século da incredulidade; entretanto, alguns movimentos de cunho científico e filosófico, baseados em certos eventos, vieram contrabalancear o curso das ideias e sedimentar a nova revelação espiritualista. Dentre esses movimentos precursores, destacam-se:

  • Swedenborgianismo: movimento da “Nova Igreja”, fundado sob os princípios espirituais revelados através da mediunidade do polímata sueco Emanuel Swedenborg (1688-1772);
  • Magnetismo Animal (Mesmerismo): terapia criada pelo médico alemão Franz Anto Mesmer (1734-1815) à base de um fluido magnético curador;
  • As revelações espirituais do clarividente norte-americano Andrew Jackson Davis (1826-1910), que tiveram grande repercussão e suscitaram interessantes debates sobre o mundo dito “sobrenatural”;
  • Espiritualismo Racional: movimento filosófico desenvolvido nas primeiras décadas do século XIX entre acadêmicos franceses, dentre os quais Royer-Collard, Victor Cousin, Jouffroy e Paul Janet, que propunham um estudo racional acerca das questões espirituais;
  • Espiritualismo Moderno (ou Neoespiritualismo): a série, já citada aqui, de manifestações mediúnicas iniciadas em meados do século XIX, descrita por Arthur Conan Doyle como uma “invasão organizada de Espíritos”, e que foi fomentada pelas sessões de Mesas Girantes, que acabou por despertar o interesse de Allan Kardec e, por conseguinte, na codificação do Espiritismo.


Espiritualismo Moderno e a moda das Mesas Girantes


No desenrolar daquela singular fenomenologia que antecedeu a codificação kardequiana, disseminou-se uma variedade de manifestações de efeitos físicos (levitação de objetos, aparições espirituais, materialização etc.) e de efeitos inteligentes (psicografia, psicofonia etc.) revelando médiuns pessoas de todos os gêneros, de todas as classes e de todos os níveis de instrução. Da primeira geração de médiuns modernos, destacam-se Daniel Dunglas Home, Florence Cook, Elizabeth d'Espérance, Eusapia Palladino e Linda Gazzera.


Repercussão

De forma geral, as religiões tradicionais contestaram a mediunidade moderna e, por conseguinte, o Espiritismo; primeiramente tentaram negar os fenômenos, depois os acusaram de bruxaria e satanismo. Um episódio histórico desse tipo de reação foi o célebre Auto de Fé de Barcelona, quando cerca de três centenas de livros espíritas foram confiscados pela Inquisição católica da Espanha e então queimados em praça pública em 9 de outubro de 1861 — evento esse que acabou por acirrar ainda mais o clamor popular contra o absolutismo da igreja e por despertar o seu interesse pela nova doutrina nas terras espanholas.


Gravura do Auto de Fé de Barcelona


Os fenômenos mediúnicos modernos provocaram um alvoroço geral na comunidade científica que, a princípio, assistia à febre neoespiritualista com a preocupação de o misticismo embaraçar o progresso científico, através do apelo religiosista, e de a crença sobrepor a razão, tal como na Idade Média. Além disso, os frequentes flagrantes de embustes e os espetáculos dos pseudomédiuns charlatões afugentavam o interesse de muitos estudiosos sérios. Todavia, vários cientistas renomados se ocuparam em averiguar aqueles fenômenos e todos aqueles que melhor se aprofundaram nesse intento acabaram ratificando a veracidade das faculdades mediúnicas.

Dentre os grandes cientistas que diretamente estudaram os fenômenos no auge do Espiritualismo Moderno, o mais proeminente foi o químico e físico inglês Sir William Crookes (1832-1919), respeitado presidente da Royal Society (a sociedade real de ciências da Inglaterra) e da British Association for the Advacement of Science (Associação Britânica pelo Avanço da Ciência). Crookes submeteu vários médiuns a experiências diversas, sob as mais rigorosas condições de averiguação científica e, apresentando o seu relatório final à academia, em 1874, declarou publicamente estar convencido da existência de uma força espiritual e inteligente, à qual a ciência se via obrigada a estudar. A academia arquivou o relatório do eminente cientista, votando por não se envolver oficialmente com tais fenômenos.


William Crookes averiguando a materialização do Espírito Katie King


Porém, o trabalho de Crookes inspirou outros ilustres homens da ciência que — quase sempre partindo da negação e do desejo de desmascarar os médiuns — igualmente validaram os fenômenos espirituais, dentre os quais, citamos: Oliver Lodge, Ernesto Bozzano, William James, Cesare Lombroso, Alexandre Aksakof, Alfred Russel Wallace e o Prêmio Nobel Charles Richet.

A partir dessa constatação, muitos pesquisadores procuraram desenvolver mecanismos que detectassem as forças ditas sobrenaturais. Das pesquisas de William Crookes, por exemplo, na tentativa de inventar um aparelho que medisse a capacidade mediúnica dos sensitivos, surgiram os raios catódicos, que mais tarde seriam usados nos tubos dos monitores de televisão e computadores. O fonógrafo de Thomas Edison seria outra invenção inspirada no desejo de registrar os fenômenos espirituais.


Tríplice aspecto do Espiritismo: ciência, filosofia e religião

A Doutrina Espírita nasceu da observação das manifestações espirituais modernas, nos moldes de uma ciência comum, que estuda as causas e os efeitos dos fenômenos materiais; como a fonte daqueles fenômenos se revelou uma força viva e inteligente (os Espíritos) a pesquisa deixou de ser meramente de ordem física e adentrou no campo filosófico, para especular então as consequências sociais daquela fenomenologia. Em razão de os ensinamentos espirituais constituírem uma moral fundamentada em elementos religiosos (Deus, oração, destinação da alma etc.) a nova doutrina também assumiu um aspecto religioso.

“O Espiritismo é, ao mesmo tempo, uma ciência de observação e uma doutrina filosófica. como ciência prática ele consiste nas relações que se estabelecem entre nós e os Espíritos; como filosofia, compreende todas as consequências morais que vêm dessas mesmas relações.”
O Que é o Espiritismo, Allan Kardec - ‘Preâmbulo’
“O Espiritismo é uma doutrina filosófica de efeitos religiosos, como qualquer filosofia espiritualista, pelo que obrigatoriamente vai ter às bases fundamentais de todas as religiões: Deus, a alma e a vida futura. Mas, não é uma religião constituída, visto que não tem culto, nem rito, nem templos e que, entre seus adeptos, nenhum tomou, nem recebeu o título de sacerdote ou de sumo sacerdote. Estes qualificativos são de pura invenção da crítica.”
Idem - ‘Ligeira resposta aos detratores do Espiritismo’

Dizemos que o Espiritismo é também uma ciência em virtude de ser de seu escopo a investigação e o estudo acerca dos fenômenos espirituais que afetam a nossa dimensão física, averiguando-os sob os princípios comuns dos métodos científicos tradicionais. Contudo, ele não se limite a este campo: transcende as fronteiras das ciências convencionais, que se limitam ao horizonte das leis materiais; não se trata, pois, de uma ciência constituída, porque não se subordina a qualquer autoridade acadêmica ou qualuqer regulamentação civil; mas acompanha o progresso científico em acordo com o desenvolvimento natural das luzes, para o qual também contribui desvendando os mistérios da natureza inalcançáveis só pela instrumentação humana.

O Espiritismo também escapa dos modelos filosóficos tradicionais, pois que eles estes se sujeitam a condicionamentos de âmbito da nossa dimensão física. Ao considerar o elemento espiritual como parte da natureza, a Doutrina Espírita estabelece um novo conceito de filosofia, de um campo de ideias mais alargadas, em que princípios como a imortalidade da alma e a reencarnação tornam-se instrumentos fundamentais para a compreensão e solução de todos os problemas humanos.

Os Espíritos colaboradores da codificação do Espiritismo igualmente deram testemunho de Deus — o Criador e Soberano do Universo — e das virtudes espirituais, especialmente a lei de amor, ou caridade; demonstraram claramente como nossos atos atuais implicam nas condições da vida futura, reconheceram a validade da prece, como canal íntimo de ligação de cada indivíduo com o ser divino e todas as forças positivas da espiritualidade. Em consequência disso, a Doutrina Espírita assumiu também o caráter religioso, uma vez que em seu código filosófico estão contidos certos efeitos inerentes às religiões, por exemplo a Lei de Adoração. Em suma, a Revelação Espírita contém em si uma religião natural — a ligação intima e direta de cada indivíduo com o divino e com o todo universal. Entretanto, não é uma religião constituída, nem se fundamenta em dogmas místicos, não têm rituais ou cultos sacramentais, nem hierarquia sacerdotal, nem adota fórmulas litúrgicas ou símbolos sagrados e sacramentais. Além disso, sendo definido na sua própria codificação doutrinária como a Terceira Revelação da Lei Divina, o Espiritismo necessariamente se figura dentro da tradição religiosa judaico-cristã.


Princípios doutrinários espíritas

Da observação dos fenômenos espirituais, da síntese das revelações dos Espíritos (filosoficamente ponderadas) e da moral comparada, Allan Kardec sistematizou os conceitos básicos do Espiritismo, fundamentando então uma doutrina específica, bem caracterizada, pelo que, o seu qualificativo (espírita) se distingue da generalidade daquele do espiritualismo comum (espiritualista). Todavia, em se tratando de uma doutrina progressiva, seus conceitos não são dogmatizados e estão todos submetidos ao seu próprio desenvolvimento — sempre em acordo com a raciocinada.

Alguns dos principais conceitos desenvolvidos pela codificação kardequiana:


Obras Básicas e complementares

A codificação espírita parte das obras literária de Allan Kardec, dentre as quais, os cinco livros principais, às vezes chamados de pentateuco kardequiano:

  • O Livro dos Espíritos (1857): contém os princípios fundamentais da Doutrina Espírita, além de uma breve introdução de sua origem e uma síntese do seu objetivo: o progresso espiritual da humanidade;
  • O Livro dos Médiuns, ou “Guia dos Médiuns e Evocadores” (1861): trata do caráter experimental da doutrina, tomando a mediunidade como instrumento de investigação e solidariedade entre os homens e a espiritualidade;
  • O Evangelho segundo o Espiritismo (1864): desenvolve o aspecto moral e religioso da doutrina pela reinterpretação da essência cristã contida nos evangelhos bíblicos;
  • O Céu e o Inferno, ou “A Justiça Divina segundo o Espiritismo” (1865): é composta de reflexões filosóficas sobre a destinação do homem pós-morte, comparando a sua fé raciocinada com teorias convencionais a respeito do céu, inferno, purgatório, limbo, penas eternas, anjos, demônios e justiça divina;
  • A Gênese, os Milagres e as Predições segundo o Espiritismo (1868): trata de questões cientificas, como a criação e a organização do Universo, os milagres e a natureza espiritual, bem como de questões filosóficas, como as profecias acerca da renovação espiritual da Terra (transição planetária).
  • O Que é o Espiritismo (1859): resumo da conceituação e princípios fundamentais da doutrina.

Além dessas obras básicas, destacam-se os opúsculos: O Que é o Espiritismo (1859), resumo da conceituação e princípios fundamentais da doutrina, e o Catálogo Racional das Obras que podem servir para formar uma Biblioteca Espírita (1869), com uma listagem de livros, revistas e outras publicações de interesse para o estudo espírita.

Acrescente-se esta lista a Revista Espírita, publicação mensal inaugurada em janeiro de 1859 e editada pelo codificador até a edição de abril de 1869, preparada pouco antes de sua desencarnação. Sob o subtítulo “Jornal de Estudos Psicológicos”, este periódico foi um importante veículo de desenvolvimento e propaganda da doutrina e serve de valioso registro histórico a respeito da progressão da obra kardequiana.

Também valioso é o livro Obras Póstumas (1890), editado por Pierre-Gaëtan Leymarie (diretor da Sociedade Anônima Espírita), contendo um riquíssimo apanhado de textos até então inéditos de Allan Kardec, além de anotações pessoais contando os bastidores de seu trabalho doutrinário.


Obras Básicas de Allan Kardec para a Codificação Espírita


Espiritismo pós-Kardec

Em vida, Allan Kardec foi reconhecido como o líder do movimento espírita, sendo até chamado pelos seus confrades de Mestre (Maître, em francês). Após a sua morte (31 março de 1869), após uma década e meia de intenso trabalho, deixou um sólido legado teórico e volumoso patrimônio documental, cuja liderança, em face de sua sucessão, ele elaborava deixar a cargo de um comitê regularmente instituído, dentro do seu plano de “Constituição Transitória do Espiritismo”:

“Teríamos, pois, feito uma coisa incompleta e deixado grandes embaraços para o futuro, se não tivéssemos previsto as dificuldades que podem surgir. Foi com o propósito de evitar isso tudo que elaboramos, com o concurso dos bons Espíritos que nos assistem em nossos trabalhos, um plano de organização para o qual tiramos proveito da experiência do passado, a fim de evitar os escolhos contra os quais se chocaram a maior parte das doutrinas que apareceram no mundo. Podendo este plano prestar-se a todos os desenvolvimentos que o futuro reserva, demos a essa constituição a qualificação de transitória.
“O plano que segue foi concebido há muito tempo, porque sempre nos preocupamos com o futuro do Espiritismo; fizemo-lo pressentir em diversas circunstâncias, vagamente, é certo, mas suficientemente, para mostrar que não é hoje uma concepção nova, e que, trabalhando na parte teórica da obra, não negligenciamos o lado prático.”
Revista Espíritadez. de 1868: ‘Constituição transitória do Espiritismo’

Não tendo havido tempo suficiente para Kardec concretizar este planejamento, sua liderança espírita foi inicialmente assumida pela viúva Kardec, Amélie Boudet, que então instituiu a Sociedade Anônima Espírita para gerenciar os trabalhos de divulgação do Espiritismo. Com o avançar da idade, Madame Kardec vai delegar as funções a terceiros; uma década depois da desencarnação do pioneiro espírita, todo o gerenciamento dos trabalhos acaba ficando concentrado nas mãos de Pierre-Gaëtan Leymarie, que, por sua vez, enfrentou rejeição de boa parte dos espíritas, sob acusação de má gerência do patrimônio kardequiano; pesava contra ele também acusações de má direção editorial da Revista Espírita, especialmente depois do episódio conhecido como “Processo dos Espíritas” (devido publicações de fotografias fraudulentas que anunciavam supostos retratos mediúnicos) e de inserções de matérias de doutrinas místicas e estranhas ao Espiritismo (notadamente de teor roustainguista e teosófico). Uma grande cisão se fez entre os espíritas; na tentativa de reerguer o movimento, os confrades opostos a Leymarie, liderados por Berthe Fropo e Gabriel Delanne, fundaram em 1882 a União Espírita Francesa que, no entanto, não conseguiu grandes êxitos. Falece a viúva Kardec, encerram-se as atividades da UEF e, logo mais, a Sociedade Anônima Espírita de Leymarie é liquidada.

O movimento espírita fica à deriva até a segunda década do século XX, quando surge o filantropo suíço Jean Meyer, que adquire em 1916 os direitos de publicação da Revista Espírita, rearticula a UEF em 1919, reaviva os congressos internacionais e desenvolve novos e importantes trabalhos doutrinários, juntamente com Léon Denis, Gabriel Delanne, Henri Sausse, Léon Chevreuil e outros valorosos kardecistas.

Depois de a divulgação espírita já ter sido bastante penalizada com a Guerra Franco-Prussiana (1870-1871) e com I Guerra Mundial (1914-1918), o Espiritismo foi praticamente desarticulado em sua totalidade na Europa por ocasião do segundo grande conflito mundial (1939-1945).

Em contrapartida à derrocada do movimento espírita europeu, a Doutrina dos Espíritas encontrou solo fértil no Brasil, tendo seus princípios motivado articulações de reformulação religiosa e social (por exemplo, forte engajamento de seus adeptos nas campanhas de abolição da escravidão e da Proclamação da República). Nesse ínterim, surgiriam grandes personalidades espíritas, dentre os quais, notáveis médiuns que contribuíram para popularizar a doutrina e tornar o Brasil o maior país espírita do mundo na passagem do segundo para o terceiro milênio. São exemplos desses eminentes nomes: Bezerra de Menezes, Leopoldo Cirne, Angeli Torteroli, Bittencourt Sampaio, Anália Franco, Eurípedes Barsanulfo, Cairbar Schutel, Peixotinho, Yvonne A. Pereira, Zé Arigó, José Herculano Pires, Divaldo Franco e, em especial, Francisco Cândido Xavier (Chico Xavier) — considerado por muitos o mais extraordinário médium espírita de todos os tempos e, através de sua mediunidade, o maior contribuinte doutrinário do Espiritismo após Allan Kardec.


Espiritismo e atualidade

Indiretamente o movimento espírita se nutre do progresso natural das coisas, e notadamente do avanço das ciências em sua reabertura para questões relacionadas à espiritualidade. Concretamente, há na atualidade renomados pesquisadores e conceituados centros de pesquisas científicas ao redor do mundo se debruçando sobre temas como imortalidade da alma, reencarnação e a relação entre equilíbrio espiritual e saúde física; esses estudos se baseiam em evidências objetivas tais como: fenômenos mediúnicos (por exemplo, os de cura espiritual), Experiência de Quase-Morte (EQM), reminiscências de vidas passadas e transcomunicação instrumental (TCI).

Há que se destacar ainda que, passados cerca de dois séculos da inauguração da doutrina, nenhum dos seus princípios fundamentais foi categoricamente desmentido por qualquer ciência ou filosofia.


Movimento espírita e o futuro da doutrina

Denomina-se Movimento Espírita a prática em geral do Espiritismo, o conjunto de atividades em prol do desenvolvimento desta doutrina, realizado por aqueles que a estudam, professam, praticam e divulgam — ou seja, os espíritas. Para tais fins, os centros espíritas e entidades associativas (como a Federação Espírita Brasileira) prestam-se a concentrar esforços no sentido de promover o estudo e a propagação dos princípios espíritas, mediante a cooperação entre os seus confrades. Soma-se a essas organizações o desenvolvimento crescente da arte espírita (música, teatro, televisão e cinema).

No campo da divulgação do Espiritismo, a internet ocupa atualmente um lugar de destaque; a rede mundial de computadores tem contribuído significativamente para a democratização do conhecimento e para a aproximação e a interação entre os espíritas e demais interessados na doutrina, sendo o Portal Luz Espírita um dos pioneiros nessa devotada empreitada.

De certa forma, o movimento espírita se confunde com o próprio Espiritismo, cujo futuro requer a participação ativa dos seus adeptos, como asseverou o filósofo Léon Denis:

“O Espiritismo será o que os homens fizerem dele.”
No invisível, Léon Denis - 'Introdução'

Todavia, sendo de origem divina, o Espiritismo está predestinado a triunfar, porque além da vontade dos homens encarnados está a sua condução espiritual:

“Quanto ao futuro do Espiritismo, como já sabemos, os Espíritos são unânimes em afirmar o seu triunfo próximo, não obstante os entraves que se opõem a ele; essa previsão é fácil para os Espíritos, primeiramente porque a sua propagação é obra pessoal deles: contribuindo para o movimento, ou dirigindo-o, eles sabem consequentemente o que devem fazer; em segundo lugar, basta-lhes entrever um período de curta duração, e nesse período eles veem ao longo do caminho os poderosos auxílios que Deus lhe suscita e que não tardarão para se manifestarem.”
A Gênese, os Milagres e as Predições segundo o Espiritismo, Allan Kardec - cap. XVIII, item 11

A doutrina, porém, continua a ser desdenhada por muitos céticos, até ferozmente combatida por vários deles, ainda bastante influenciados pelo materialismo; não obstante, sua destinação — como sabemos — já está traçada, e é ela o marco da Nova Era estabelecida para a regeneração da humanidade:

“Os incrédulos vão rir dessas coisas e as qualificarão como quimeras; mas, digam o que disserem, não escaparão da lei comum; assim como os demais, eles cairão na sua hora, e então, o que lhes acontecerá? Eles dizem: Nada! No entanto, eles viverão mesmo a contragosto, e um dia serão forçados a abrir os olhos.”
Idem - cap. XVIII, item 35


Veja também


Referências

  • O Livro dos Espíritos, Allan Kardec - ebook.
  • O Evangelho segundo o Espiritismo, Allan Kardec - ebook.
  • A Gênese, os Milagres e as Predições segundo o Espiritismo, Allan Kardec - ebook.
  • Obras Póstumas, Allan Kardec - ebook.
  • O que é o Espiritismo, Allan Kardec - ebook.
  • Conhecendo o Espiritismo, Louis Neilmoris - ebook.
  • Coleção da Revista Espírita, Allan Kardec - ebook.
  • Biografia de Allan Kardec, Henri Sausse - ebook.
  • Mediunidade, J. Herculano Pires - Ebook.
  • Videodocumentário Roteiro Histórico Espírita em Paris, Luz Espírita, 2017 - YouTube.
  • História do Espiritualismo, Arthur Conan Doyle - ebook.
  • No Invisível, Léon Denis - ebook.
  • Doutrina Espírita para Principiantes, Luis Hu Rivas - ebook
  • Filme-documentário Espiritismo à Francesa: a derrocada do movimento espírita francês pós-Kardec, Luz Espírita, 2018. - YouTube.
  • Science and the Seance (A Ciência e as sessões espíritas), documentário da BBC em inglês) e versão traduzida em português.


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Índice de verbetes
A Gênese, os Milagres e as Predições segundo o Espiritismo
Abreu, Canuto
Adolphe Laurent de Faget
Agênere
Alexandre Aksakof
Allan Kardec
Alma
Alma gêmea
Amélie Gabrielle Boudet
Amuleto
Anália Franco
Anastasio García López
Andrew Jackson Davis
Anna Blackwell
Arigó, Zé
Arthur Conan Doyle
Auto de Fé de Barcelona
Auto-obsessão.
Banner of Light
Baudin, Irmãs
Bem
Berthe Fropo
Blackwell, Anna
Boudet, Amélie Gabrielle
Cairbar Schutel
Canuto Abreu
Caridade
Carma
Caroline Baudin
Célina Japhet
Cepa Espírita
Charlatanismo
Charlatão
Chevreuil, Léon
Chico Xavier
Cirne, Leopoldo
Codificador Espírita
Comunicabilidade Espiritual
Conan Doyle, Arthur
Consolador
Cordão de Prata
Cordão Fluídico
Crookes, William
Daniel Dunglas Home
Davis, Andrew Jackson
Denis, Léon
Dentu, Editora
Dentu, Édouard
Desencarnado
Deus
Didier, Pierre-Paul
Divaldo Pereira Franco
Dogma
Dogmatismo
Doutrina Espírita
Doyle, Arthur Conan
Dufaux, Ermance
Ectoplasma
Ectoplasmia
Ecumenismo
Editora Dentu
Édouard Dentu
Elementos Gerais do Universo
Emancipação da Alma
Encarnado
Epífise
Erasto
Ermance Dufaux
Errante
Erraticidade
Errático
Escala Espírita
Escrita Direta
Espiritismo
Espiritismo à Francesa: a derrocada do movimento espírita francês pós-Kardec
Espírito da Verdade
Espírito de Verdade
Espírito Santo
Espírito Verdade
Espiritual
Espiritualidade
Espiritualismo
Espiritualismo Moderno
Evangelho
Expiação
Faget, Laurent de
Fascinação
Fio de Prata
Fluido
Fora da Caridade não há salvação
Fox, Irmãs
Francisco Cândido Xavier
Franco, Anália
Franco, Divaldo
Fropo, Berthe
Galeria d’Orleans
Gama, Zilda
Glândula Pineal
Henri Sausse
Herculano Pires, José
Herege
Heresia
Hippolyte-Léon Denizard Rivail
Home, Daniel Dunglas
Humberto de Campos
Imortalidade da Alma
Inquisição
Irmão X
Irmãs Baudin
Irmãs Fox
Jackson Davis, Andrew
Japhet, Célina
Jean Meyer
Jean-Baptiste Roustaing
Joanna de Ângelis
Johann Heinrich Pestalozzi
José Arigó
José Herculano Pires
José Pedro de Freitas (Zé Arigó)
Julie Baudin
Kardec, Allan
Kardecismo
Kardecista
Kardequiano
Karma
Lachâtre, Maurice
Lacordaire
Lamennais
Laurent de Faget
Léon Chevreuil
Léon Denis
Leopoldo Cirne
Leymarie, Pierre-Gaëtan
Linda Gazzera
Livraria Dentu
London Dialectical Society
Madame Kardec
Mal
Maurice Lachâtre
Mediatriz
Médium
Mediunidade
Mediunismo
Mesas Girantes
Metempsicose
Meyer, Jean
Misticismo
Místico
Moderno Espiritualismo
Necromancia
O Livro dos Espíritos
O Livro dos Médiuns
Obras Básicas do Espiritismo
Obsediado
Obsessão
Obsessor
Onipresença
Oração
Palais-Royal
Panteísmo
Paráclito
Parasitismo psíquico
Pélagie Baudin
Percepção extrassensorial
Pereira, Yvonne A.
Perispírito
Pestalozzi, Johann Heinrich
Pierre-Gaëtan Leymarie
Pierre-Paul Didier
Pineal
Pires, José Herculano
Pneumatografia
Possessão
Prece
Pressentimento
Projeto Allan Kardec
Quiromancia
Religião
Revelação Espírita
Rivail, Hypolite-Léon Denizard
Roustaing, Jean-Baptiste
Santíssima Trindade
Santo Ofício
Sausse, Henri
Schutel, Cairbar
Sematologia
Sentido Espiritual
Sexto Sentido
Silvino Canuto Abreu
Sociedade Dialética de Londres
Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas
SPEE
Subjugação
Superstição
Talismã
Terceira Revelação
Tiptologia
Tribunal do Santo Ofício
Trindade Universal
Ubiquidade
UEF
União Espírita Francesa
Vampirismo
Verdade, Espírito
Videira Espírita
William Crookes
X, Irmão
Xavier, Chico
Xenoglossia
Yvonne A. Pereira
Zé Arigó
Zilda Gama

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