Espiritualismo Moderno — ou, Moderno Espiritualismo; também denominado Neoespiritualismo ou ainda Espiritualismo Americano (em inglês, Modern Spiritualism ou apenas Spiritualism) — é o movimento surgido em meados do século XIX, de caráter científico, filosófico e religioso, então evidenciando a sobrevivência da alma após a morte e a comunicabilidade dos mortos (Espíritos, desencarnados) com base numa série de manifestações mediúnicas — outrora ditas sobrenaturais — que ensejaram a moda das Mesas Girantes e outras sessões de evocação espiritual. Considera-se que o marco desse movimento tenha sido o famoso caso de Hydesville, EUA, envolvendo as irmãs Fox, quando foram criados diversos sistemas de interpretação das mensagens espirituais — embora não se despreze os fenômenos precursores, notadamente aqueles ocorridos com Emanuel Swedenborg, Edward Irving e Andrew Jackson Davis. Longe de uma centralização, o Espiritualista Moderno formou um conjunto genérico de vários segmentos de crenças e doutrinas espiritualistas independentes, de alguma forma abrangendo novos ou reformados sistemas de necromancia, esoterismo, misticismo e ocultismo; por outro lado, resultou em articulações bastante sérias e positivas, inclusive pelo interesse científico de verificar a existência da vida espiritual, para o qual se empenharam eminentes homens das ciências, tais como: Sir William Crookes, Alfred Russel Wallace, Oliver Lodge, Alexandre Aksakof, Charles Richet, Camille Flammarion, Gabriel Delanne etc. Para tanto, os estudiosos se valeram da cooperação de célebres médiuns, como Florence Cook, Daniel Dunglas Home, Eusapia Palladino, Elizabeth D’Espérance, Linda Gazzera dentre outros tantos. O movimento espiritualista antecedeu e preparou o Espiritismo, que, de certa forma, é um produto daquele e ao mesmo tempo a sua síntese. De maneira em geral, a forma de vivenciá-lo é semelhante à de um espiritualista comum: consagrar as virtudes espirituais em relação aos valores materiais, profanos, mundanos etc. Na galeria dos grandes divulgadores do Espiritualismo Moderno, o escritor britânico Arhur Conan Doyle figura-se como um dos seus maiores expoentes; é dele o maior clássico literário do gênero: A História do Espiritualismo.
O Espiritualismo Moderno é, antes de tudo, um evento histórico caracterizado por um movimento cujo auge se deu entre a segunda metade do século XIX e as primeiras décadas do século seguinte, mobilizando uma discussão generalizada nos âmbitos da religião, da filosofia e da ciência.
Fundamenta-se basicamente na admissão de dois princípios:
Em sintonia com esta definição, discorre Arthur Conan Doyle, também defendendo a necessidade de uma conscientização espiritualista como meio de promover o bem-estar comum
Tais conceitos são comuns a todos os povos, desde os primórdios da História da Humanidade; o que especialmente distinguiu o movimento espiritualista moderno foi a proliferação e a diversidade de manifestações mediúnicas, permitindo assim que se evidenciasse melhor a autenticidade dos fenômenos e das revelações que os Espíritos vinham compartilhar com os encarnados; o que antes era muito restrito, doravante se tornou completamente explícito, passível de ser experimentado por todos os gêneros e todas as classes de pessoas.
Relatos de intercâmbio entre a espiritualidade e a humanidade estão presentes nas mais diversas culturas e enriquecem os livros sagradas de todas as grandes religiões, pois a mediunidade é de todos os tempos, sendo os médiuns antigamente chamados de profetas, feiticeiros e magos, dentre outras denominações.
Na Idade Média, uma importante personagem revivesceu a cultura mediúnica: Joana d'Arc (1412-1431), uma mera jovem camponesa francesa que, “ouvindo as vozes do céu”, salvou sua pátria da dominação inglesa. Além disso, as vidências atribuídas a são Malaquias (1094-1148) e Nostradamus (1503-1566) alimentaram o imaginário popular de um novo profetismo — contudo, ainda bastante envolto de um obscurantismo. Na aurora da Era Moderna, estudiosos espiritualistas apontam fortes sinais de sedimentação do futuro movimento presentes na obra do místico inglês John Dee (1527-1608) e dos alemães Jakob Böhme (1575-1624) e Justinus Kerner (1786-1862).
Finalmente, surgiram obras mais consistentes, que então são apontados como precursores diretos do movimento que estava predestinado:
Emanuel Swedenborg (1688-1772)
Andrew Jackson Davis (1826-1910)
Cada um destes, ainda que de forma isolada, contribuiu para a composição dos elementos gerais necessários para o advento do grande movimento que viria fazer frente à crescente mobilização da teoria materialista.
No diário de Andrew Jackson Davis, já depois de seu falecimento, foi encontrada uma nota datada de 31 de março de 1848 que assim discorria:
O que Davis ignorava era que naquela precisa data se daria o marco da tal “invasão organizada de Espíritos”, através do Espiritualismo Moderno — uma data simbólica, com efeito, uma vez que a interação espiritual na Terra é de todos os tempos da História da Humanidade, bem como está de acordo Conan Doyle:
A predita data coincide com o início de famoso episódio de Hydesville, vivido pela família Fox, instalada numa modesta casa naquele pequeno vilarejo no interior do Estado de Nova Iorque, EUA, quando, diante de uma série de insólitas manifestações físicas (Poltergeist), como batidas nas paredes e nos móveis, além de arrastamento de objetos da casa, iniciou-se um diálogo com o suposto agente daqueles fenômenos — admitido como um Espírito.
Por seguidos dias, as manifestações se sucederam na casa dos Fox, na presença de um número cada vez maior de testemunhas, ocasião na qual foram desenvolvidos alguns códigos para a interpretação da mensagem que o tal “fantasma” transmitia. As evidências davam conta de se tratar de um mascate (Charles B. Rosma), que ali havia sofrido um latrocínio e ocultamente sepultado por antigos moradores daquela residência.
Casa da família Fox em Hydesville: marco do Espiritualismo Moderno
Pelo fato de novas manifestações espirituais terem sido verificadas na presença das jovens irmãs Catherine (Kate) e Margaret (Maggie), desde quando elas foram morar com a irmã mais velha Leah, em Rochester, creditou-se a estas meninas o “poder de atrair Espíritos”; logo mais, as irmãs Fox passariam a participar de sessões públicas de evocação em um grande salão da cidade — o Corinthian Hall. A efetividade dos fenômenos produzidos nas sessões com as irmãs Fox foi averiguada por importantes autoridades e amplamente divulgada pela imprensa americana, que daí em seguida passaria a registrar eventos cada vez mais frequentes envolvendo suposta ação “sobrenatural”.
Irmãs Fox: Margaretta, Catherine e Leah
A vistosa carreira mediúnica das irmãs Fox acabou encorajando outros sensitivos a revelarem suas capacidades medianímicas — até então enrustidas, pelo óbvio receio de preconceitos e atentados que os médiuns geralmente sofriam. Logo mais, evocadores e experimentadores das sessões espiritualistas se multiplicaram nos grandes centros urbanos americanos e daí surgiu a moda das Mesas Girantes.
Numa típica sessão de Mesas Girantes de meados do século XIX, os experimentadores sentavam-se no entorno de uma mesa, geralmente de mãos dadas, pelo que, dava-se preferência às mesas redondas. Depois de rápida prece (solicitando a proteção de Deus), evocava-se o nome de um determinado falecido ou (mais comumente) pediam a intervenção de Espíritos quaisquer que ali pudessem se manifestar.
Em certas sessões, a manifestação era apenas de caráter físico: as mesas giravam, saltavam, dançavam e batiam com os pés, em movimentos com direção, intensidade e ritmo aleatórios, fora do controle dos evocadores, evidenciando a existência de uma força invisível, um agente sobre-humano — que se convencionou chamar Espírito (ser desencarnado). Conquanto muitas vezes o propósito das pessoas presentes fosse uma mera curiosidade e nada muito instrutivo fosse colhido, moralmente falando, ainda assim tais reuniões tinham o mérito de demonstrar as potencias espirituais e desqualificar a tese materialista.
Fenômeno das Mesas Girantes com a médium Linda Gazzera
Em outros casos, porém, os evocadores colhiam comunicações espirituais pela aplicação de códigos especialmente desenvolvidos para interpretar a mensagem ditada através daqueles fenômenos físicos. No mais rudimentar deles, os assistentes levantavam uma questão e solicitavam aos Espíritos a confirmação, através de uma batida, ou a negação, através de duas batidas — ou vice-versa, conforme fosse convencionado. Noutro sistema, cada letra do alfabeto era associada a um determinado número de pancadas (por exemplo, uma batida para a letra “A”, duas para “B”, três para “C” e assim por diante); com isso, os experimentadores iam montando palavras, frases e até longos textos que os mensageiros espirituais deletreavam. Por outro método, a inscrição de letras e números era distribuída sobre uma mesa contendo um ponteiro, que, movido espiritualmente, ditavam os caracteres até compor a expressão desejada. Um pouco mais adiante, foi bem popularizado o tabuleiro ouija, também destinado à soletração de mensagens espirituais. A esses tipos de fenômenos, mais tarde Allan Kardec iria dar o nome o de Tiptologia.
A febre das Mesas Girantes é exportada dos EUA para a Europa e daí espalhou-se pelos salões mundo afora, desencadeando, depois do espanto e da primeira onda de curiosidade, uma discussão mais séria a respeito das consequências filosóficas e científicas das pretensões do nascente movimento.
Dentre os seus pioneiros destaca-se a figura da inglesa Emma Hardinge Britten. Ela viveu sua juventude na América do Norte bem no alvorecer do movimento espiritualista, quando então descobriu sua mediunidade. A partir daí, como escritora e médium, tornou-se uma grande ativista da causa, enfatizando em suas obras — especialmente Espiritualismo Moderno Americano e Milagres do Século Dezenove — o valor prático da nova revelação, a começar pelas evidências da imortalidade da alma e a comunicabilidade dos Espíritos. Ela também colocou no mesmo contexto espiritualista a defesa pela igualdade dos direitos da mulher e nesse particular foi igualmente uma expoente bem-sucedida, pelo que se registra a maciça presença do público feminino naquele movimento.
Logo mais surgiriam diversos órgãos institucionais para articular o movimento. Em 10 de junho de 1854 foi fundada na cidade de Nova Iorque, EUA, a Sociedade para a Difusão do Conhecimento Espiritualista, que no mesmo dia lançou já a primeira edição do seu jornal The Christian Spiritualist, o primeiro periódico exclusivamente dedicado ao novo espiritualismo. Logo em seguido veio o Banner of Light, o mais influente semanário do gênero, circulando de 1857 a 1907.
Sem demora, a onda espiritualista americana e as Mesas Girantes chegam à Europa e fomentam discussões acaloradas sobre espiritualidade. Em geral, no meio religioso, prevaleceu a desaprovação e o anátema; nos círculos acadêmicos, o preconceito e a negação sistemática. No entanto, a exuberância dos fenômenos espirituais — paulatinamente mais ostensivos — mexia com todos os espíritos, pois foi uma época de surgimento de notáveis médiuns de efeitos físicos, como Florence Cook, Daniel Dunglas Home, Eusapia Palladino, Sra. Hayden, Elizabeth D’Espérance, William Eglinton, Linda Gazzera, Leonora Piper, William Stainton Moses, Eva Carrière etc.
Vários outros veículos da imprensa espiritualista surgiram para cobrir o movimento na Europa; dentre os quais, destacou-se o semanário Light Light, de Londres, Inglaterra, cuja primeira edição apareceu em 8 de janeiro de 1881.
Nem todos, porém, compreenderam a seriedade daquele movimento regenerador e a moda espiritualista também deu azo à banalidade. Muitos médiuns foram seduzidos ou deliberadamente partiram para o exibicionismo, vendendo com seus dotes espirituais para espetáculos, por interesses particulares e para satisfazer a curiosidade do público. Some-se a isso o fato de muitos médiuns exibicionistas — a pretexto de “sofisticar” seus espetáculos — mistificarem fenômenos, simulando faculdades mediúnicas de que não eram portadores ou em ocasiões em que não eram assistidos pela espiritualidade, uma vez que eles não detinham o controle das manifestações. Além destes, vieram os ilusionistas profissionais com os mais ousados truques, passando-se por médiuns e promovendo toda sorte de apelação.
Muito mais do que o problema da futilidade de se usar a espiritualidade para vantagens materiais, os frequentes flagras de embuste e charlatanismo foram bastante prejudiciais à reputação da causa espiritualista — especialmente quando envolviam nomes de celebridades do meio mediúnico, como as fraudes verificadas em espetáculos dos irmãos Davenport e dos irmãos Eddy, que outrora reputados extraordinários médiuns.
Também escandalosos e bem nocivos foram os controvertidos depoimentos dados pelas irmãs Fox, ora negando a veracidade dos fenômenos, ora desdizendo a confissão anterior, alegando o recebimento de pagamento para agradar a interesses externos.
Mistificação: mecanismos de fraudes em sessões mediúnicas
O espiritualismo vagueava mundo afora sobre as mais generalizadas ideias, sem uma estruturação que reunisse o orientasse os simpatizantes da causa, até o lançamento de O Livro dos Espíritos, de Allan Kardec, em 18 de abril de 1857, que, por assim dizer, é o marco inaugural do Espiritismo — a doutrina que se apresenta como uma síntese da revelação promovida pela espiritualidade em prol da evolução espiritual da humanidade. A codificação espírita vem então apresentar os fundamentos da natureza superior como solução para os grandes conflitos filosóficos, quais sejam: a compreensão da origem, essência e destinação da alma humana, além de oferecer explicações de caráter científico para aquela fenomenologia espiritual, admitindo as manifestações medianímicas como fenômenos naturais, em oposição a qualquer hipótese de milagre e misticismo.
Allan Kardec, o codificador do Espiritismo
A metodologia lógica e racional aplicada por Kardec na codificação da Doutrina Espírita foi impactante no meio espiritualista, principalmente na explanação do processo mediúnico — para a qual os conceitos kardecistas de perispírito e de fluidos foram categóricos — e na formatação de seu código de conduta moral — cuja virtude prevalecente é a da Caridade. Enfim, os espiritualistas passaram a ter um direcionamento doutrinário, embora o conceito espírita da lei de reencarnação não fosse bem aceito por alguns círculos espiritualistas.
A metodologia lógica e racional aplicada por Kardec na codificação da Doutrina Espírita foi impactante no meio espiritualista, principalmente na explanação do processo mediúnico — para a qual os conceitos kardequianos de perispírito e de fluidos foram categóricos — e na formatação de seu código de conduta moral — cuja virtude prevalecente é a da caridade, conforme a mensagem cristã de Jesus. Enfim, os espiritualistas passaram a ter um direcionamento doutrinário, embora o conceito espírita da lei de reencarnação não fosse bem aceito por alguns círculos espiritualistas.
Ao codificar a nova doutrina, como síntese filosófica para o movimento espiritualista, Kardec preferiu criar um neologismo para intitulá-la: “Espiritismo”; e mais dois como seus adjetivos:
Nesse contexto, Espiritismo é posto como sinônimo daquele movimento espiritualista, e o próprio codificador espírita vai chamar o Espiritualismo Moderno de “Espiritismo Americano”, destacando o diferente escopo originário de cada qual:
Logo mais, Kardec vai minimizar as diferenças:
No entanto, o movimento espírita subsequente vai observar que o Espiritualismo na América do Norte e na Inglaterra (conhecido por Espiritualismo anglo-saxão) acabou não se fundindo com a doutrina kardecista e, por outro lado, caminhado ainda mais para uma generalidade de conceitos e o sincretismo, até ser praticamente absorvido pelo ocultismo em geral, do qual o Espiritismo se distancia e, por isso, os espíritas então veem a necessidade de distingui-lo do Espiritualismo.
O tradicional comportamento cético das academias, a vulgaridade das evocações e os constantes flagrantes de fraudes mantiveram o meio científico por algum tempo um tanto longe do movimento espiritualista. Contudo, a evidência dos autênticos fenômenos reclamava uma atenção especial e, embora relutantes, muitos nomes notáveis das ciências no final do século XIX propuseram-se a averiguar a veracidade espiritual — quase sempre com o intento inicial de “desmascarar” aquela fenomenologia. O resultado foi que os mais célebres cientistas da época que profundamente estudaram os fenômenos mediúnicos acabaram convencidos pelos fatos e admitiram a natureza espiritual como agente dos mais diversos tipos de manifestações, notadamente os fenômenos de ectoplasmia, por exemplo, nas materializações de formas espirituais.
William Crookes e a materialização do Espírito Kate King
O mais exemplar trabalho das pesquisas psíquicas daquela geração foi o do químico e físico inglês William Crookes (1832-1919), cavaleiro real britânico e mais respeitado cientista de seu tempo, presidente da Royal Society (Real Sociedade de Londres para o Melhoramento do Conhecimento Natural) entre 1913 e 1915. Representando sua sociedade cientifica, o Crookes encabeçou uma comissão especial de investigação, determinado a aplicar todos os rigores da ciência para estabelecer a verdade diante do Espiritualismo.
Em face da exuberância dos fenômenos produzidos por vários médiuns por ele estudados (com destaque para Eusapia Palladino, D. D. Home e Florence Cook) o Professor Crookes não hesitou em concluir: “Estou absolutamente convencido que uma conexão foi estabelecida entre este mundo e o outro.”
Fenômeno de levitação do médium D. D. Home
Outros respeitáveis pesquisadores se debruçaram sobre os fenômenos psíquicos e atestaram a existência de uma força extra-humana, que se atribuía à ação dos Espíritos. Dentre os quais, ressaltamos o famoso médico criminalista italiano Cesare Lombroso, o biólogo e naturalista britânico Alfred Russel Wallace, o físico inglês Oliver Lodge, o astrônomo francês Camille Flammarion, o astrônomo alemão Friedrich Zöllner, o filósofo italiano Ernesto Bozzano, o engenheiro francês Gabriel Delanne. o diplomata russo Alexandre Aksakof e o francês, prêmio Nobel de Medicina, Charles Richet.
Sociedades científicas foram especialmente criadas para pesquisar a fenomenologia espiritual, dentre as quais, a Society for Psychical Research, a American Society for Psychical Research e o Institut Métapsychique International. Porém, aquelas pesquisas vagaram num cientificismo improfícuo, em meio a tantas apelações teóricas em detrimento dos valores filosóficos e morais que aquela revelação espiritual vinha trazer à humanidade. Ficou também evidente o preconceito científico contra aquela natureza metafísica — muito em razão do temor da volta do prevalecimento do religiosismo sobre a ciência, como na Era Medieval.
As controvérsias científicas não contribuíram a contento para firmar o Espiritualismo Moderno, que. por sua vez, adentrou o século XX com ideias ainda mais dispersas, tomando feições continuamente sincréticas, místicas e ocultistas, também desembocando em movimentos genéricos, como o New Age (Nova Era) e Ufologia, ou recriando velhos modelos de seitas religiosas. A partir da década de 1920, igrejas espiritualistas começaram a se estabelecer especialmente nos Estados Unidos da América (muitas delas associadas à National Spiritualist Association of Churches) e no Reino Unido (onde muitas delas compõem a associação Spiritualists' National Union), resgatando as origens do movimento espiritualista (fundamentalmente a prática da evocação dos Espíritos e desdobramentos espirituais) inserindo-as num culto muito próximo aos dos protestantes pentecostais. Em suma, permaneceu no Espiritualismo Moderno um ecletismo que lhe privou de uma linha doutrinária mais bem direcionada tal como o Espiritismo a encontrou na codificação kardequiana.
Arthur Conan Doyle: médico, escritor e ativista do Espiritualismo Moderno
O apanhado historiográfico mais referenciado pelos espiritualistas é a obra para este gênero do médico e escritor britânico Arthur Conan Doyle, especialmente A História do Espiritualismo (The History of Spiritualism), originalmente publicada em 1926. Além de seus escritos, Conan Doyle foi um grande ativista do movimento, participando de grandes congressos e eventos espiritualistas, além de ser membro de algumas instituições afins, inclusive presidindo algumas delas, tais como a Federação Espiritualista Internacional, a Aliança Espiritualista de Londres e o Colégio Britânico de Ciência Psíquica.
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