Léon Marie Martial Chevreuil (27 de março de 1852 - Paris, 11 de dezembro de 1939) foi um pintor, filósofo e influente escritor espírita francês; presidiu a União Espírita Francesa e contribuiu com a Revista Espírita escrevendo artigos em defensa dos princípios doutrinários estabelecidos por Allan Kardec. Foi amigo íntimo e compartilhou atividades espíritas com outros grandes nomes do Espiritismo de seu tempo, tais como Léon Denis, Gabriel Delanne, Ernesto Bozzano e Jean Meyer. Seu livro ‘On ne meurt pas [Não se morre]’, de 1916, ganhou um prêmio de reconhecimento pela Academia das Ciências de Paris.
Léon Chevreuil (1852-1939)
Léon Chevreuil estudou na Universidade de Poitiers (no centro-oeste da França) e posteriormente se formou pela Escola de Belas Artes de Paris (École des Beaux-Arts) notabilizando-se pelas suas pinturas, cujo ateliê figurava-se na famosa Rua Boissonade, onde outros renomados artistas também ali se fixaram e consagraram esta via como “berçário dos pintores, escultores e escritores”. Muitos dos seus quadros eram fortemente influenciados pela temática espiritualista.
Sobre sua carreira artística, o confrade Hubert Forestier, dirigente da Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas, assinala:
Pintura de Léon Chevreuil: "Tu ne les vois donc pas" ("Então você não os vê") - Paris, 1934
Absolutamente convicto da validade da revelação espírita, Chevreuil foi presidente da União Espírita Francesa e defendeu o Espiritismo dentro da mais fidedigna identidade postulada pela codificação kardequiana através de aclamados livros e brilhantes artigos publicados na Revista Espírita.
Nesta posição, estava no cerne dos mais respeitados estudiosos e divulgadores espíritas de seu tempo, nos quais estavam inclusos os seus amigos especiais: Jean Meyer, Ernesto Bozzano, Léon Denis e Gabriel Delanne — verdadeiros pilares da famosa Maison des Spirites [Casa dos Espíritas], sede das principais atividades espíritas daquela geração.
Em entrevista à Revista Espírita Belga, em 1932, reluz a seguinte mensagem de Léon Chevreuil:
Como escritor, destacou-se pela excelência nas argumentações filosóficas quando ao alinhar a doutrina às mais rígidas exigências da ciência. Seu livro Não se morre [On ne meurt pas], de 1916, foi aclamado pelo público e recebeu um prêmio de reconhecimento pela Academia das Ciências de Paris em 1919; nesta obra, ele faz um apanhado de demonstrações de fenômenos espirituais, baseadas em experimentos científicos da época, atestando a sobrevivência da alma pós-morte, desmantelando completamente toda a ideia do materialismo.
Escreveu também O Espiritismo na Igreja [Le Spiritisme dans l’Église], de 1923, obra pela qual o filósofo Léon Chevreuil se debruça a respeito da relação entre a Igreja Católica (aplicável também às denominações semelhantes) e a Revelação Espírita, entre a mediunidade e os feitos dos santos canonizados, abordando ainda os choques doutrinários e os desvios, premeditados pelo clero, do sentido verdadeiro da religião e das potencialidades abertas pelo o encontro do Espiritismo com os religiosos, em considerando o derramamento da luz sobre as consciências.
Legou-nos ainda com O Espiritismo Incompreendido [Le Spiritisme Incompris], publicado em 1931. Aqui, diante da negação comum dos “pensadores” materialistas de seu tempo, o autor vai traçar o quadro dramático de não se compreender o Espiritismo, com suas consequências para o mundo.
Paul Bodier, seu velho amigo e confrade espírita, em homenagem póstuma, descreve certas qualidades daquele apóstolo do Espiritismo:
Bodier também ressalta a lacuna deixada no movimento espírita a partir do seu retorno ao plano espiritual: “Assim como Léon Denis e Gabriel Delanne, é uma grande perda para o espiritismo. Mas pensando que Léon Chevreuil morreu aos 87 anos, só temos o dever de saudar, com emoção, o patriarca que foi encontrar os grandes Mestres de quem fora um fiel amigo ao mesmo tempo em que o discípulo cuja atividade, sem fraqueza, continuou o admirável trabalho de seus antecessores.”
Dentre as mais profundas reflexões de Léon Chevreuil por ele expressadas, colhemos a citação a seguir, em tom solene, pela qual se pode ter uma breve apresentação da seriedade com que esse Espírita abraçou a causa kardecista:
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