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Índice de verbetes


Projeto Allan Kardec



O Projeto Allan Kardec da Universidade Federal de Juiz de Fora – UFJF é uma iniciativa colaborativa cujo objetivo primordial é coletar e catalogar documentos originais de Allan Kardec e então disponibilizar esse acervo ao público através das mídias digitais, especialmente o portal oficial do projeto na internet (website: www.projetokardec.ufjf.br), tornando-se assim uma referência para fontes históricas primárias ligada ao codificador do Espiritismo, potencializando as pesquisa e os estudos relacionados a Kardec e, por conseguinte, à historiografia espírita, a partir de materiais verificados e organizados por metadados. Seu lançamento oficial realizou-se em 1 de setembro de 2020, com a abertura e apresentação do portal, já contando com um grande acervo, que tem sido enriquecido ao longo do tempo.


Portal do Projeto Allan Kardec



Importância dos documentos espíritas

Durante seu trabalho na codificação do Espiritismo, Allan Kardec montou um extraordinário acervo de documentos, dentre os quais: anotações doutrinárias, transcrição de mensagens mediúnicas, correspondências com confrades de outros centros espíritas e pessoas em geral (as cartas recebidas e uma cópia da sua resposta) e materiais impressos relacionados ao movimento espírita. Metódico como era, o codificador sabia da importância desses registros para a conservação da Historiografia da Doutrina Espírita:

      “É preciso que as gerações futuras saibam a quem deverão um justo tributo de reconhecimento; é preciso que consagrem a memória dos verdadeiros pioneiros da obra regeneradora e que não haja glórias usurpadas. O que dará a essa história um caráter particular é que, em vez de ser feita, como muitas outras, dos anos ou dos séculos fora do tempo, com fé na tradição e na lenda, ela se faz à medida que os eventos acontecem, baseando-se em dados autênticos, o mais vasto e completo arquivo existente no mundo, que possuímos, proveniente de correspondência incessante, vinda de todos os países onde se implanta a doutrina. Sem dúvida o Espiritismo, em si mesmo, não pode ser atingido pelas alegações mentirosas de seus adversários, com o auxílio das quais procuram deturpá-lo; contudo, poderiam dar falsa ideia de seus primórdios e de seus meios de ação, desnaturando os atos e o caráter dos homens que nele tiverem cooperado, se não se desse a contrapartida oficial. Esses arquivos serão, para o futuro, a luz que dissipará todas as dúvidas, a mina onde os comentadores futuros poderão colher com certeza. Como vedes, senhores, esse trabalho é de grande importância no interesse da verdade histórica...”
Revista Espírita, Allan Kardec – maio, 1864: ‘Sociedade Espírita de Paris - Discurso de abertura do sétimo ano social’


A importância desses arquivos também fica evidenciada numa carta de Kardec aos confrades de Lyon, que o haviam convidado para uma celebração:

      “As 500 assinaturas que subscrevem o convite que tivestes a bondade de me enviar representam uma manifestação contra essa tentativa, e há muitas outras que terei o prazer de aí ver. Aos meus olhos é mais que simples fórmula. É um compromisso de marchar pelo caminho que nos traçam os bons Espíritos. Eu as conservarei preciosamente, porque um dia constituirão os gloriosos arquivos do Espiritismo.”
Revista Espírita – set., 1862: ‘Resposta ao convite dos espíritas de Lyon e de Bordeaux’

Kardec observava, assertivamente, que a conservação de fontes primárias, dentre outros benefícios, ajudaria a preservar o contexto histórico da doutrina nas mais variadas frentes de atuação, por exemplo, para a solução de questões doutrinárias:

      “Essa espontânea concentração de forças dispersas deu lugar a uma amplíssima correspondência, monumento único no mundo, quadro vivo da verdadeira história do Espiritismo moderno, onde se refletem ao mesmo tempo os trabalhos parciais, os sentimentos múltiplos que a doutrina fez nascer, os resultados morais, as dedicações, os desfalecimentos; arquivos preciosos para a posteridade, que poderá julgar os homens e as coisas através de documentos autênticos. Em presença desses testemunhos inexpugnáveis, a que se reduzirão, com o tempo, todas as falsas alegações da inveja e do ciúme?”
A Gênese, os Milagres e as Predições segundo o Espiritismo, Allan Kardec – cap. I, nota no item 52.


E também no enfretamento das adversidades impostas ao movimento espírita:

      “É útil, entretanto, que mais tarde se saiba de que armas se serviram para combater o Espiritismo. Infelizmente, os artigos de jornais são fugidios como as folhas que os contêm; as próprias brochuras têm uma existência efêmera e em alguns anos os nomes dos mais fogosos e dos mais biliosos antagonistas provavelmente estarão esquecidos.
      “Só há um meio de prevenir este efeito do tempo: é colecionar todas as diatribes, venham de que lado vierem, e fazer um arquivo que não será uma das páginas menos instrutivas da história do Espiritismo. Não me faltam documentos para tal trabalho, e lamento dizer que são as publicações feitas em nome da religião que até hoje lhes têm fornecido o mais forte contingente.”
Revista Espírita - set. 1863: ‘Segunda carta ao Padre Marouzeau’

Allan Kardec (1804-1869), o homenageado pelo projeto



Paradeiro do acervo kardequiano

Pensando na importância do seu acervo, o pioneiro espírita havia planejado a construção de um estabelecimento central, que serviria, além de sede para a Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas e escritório da Revista Espírita, como museu, biblioteca e, enfim, repositório do seu acervo, facilmente consultável:

      “O salão de recepção estaria aberto todos os dias e a certas horas, para os membros da Sociedade, que aí poderiam conferenciar livremente, ler os jornais e consultar os arquivos e a biblioteca. Os adeptos estrangeiros, de passagem por Paris, seriam aí recebidos, desde que fossem apresentados por um sócio.”
Obras Póstumas, Allan Kardec – 2ª parte: ‘Estabelecimento central’

Para tal fim, ele já havia até adquirido um grande terreno na Vila Ségur (nos arredores onde hoje fica a Torre Eiffel, em Paris, França) sobre o qual iniciara a construção desse estabelecimento central, ao lado de sua casa particular, para a qual estava de mudança justamente ao ser surpreendido pelo seu falecimento, a 31 de março de 1869.

Infelizmente, seus primeiros sucessores não conseguiram concretizar tal plano a contento. Na tentativa de erguer aquele projeto, a viúva Kardec — Amélie Gabrielle Boudet — fundou a Sociedade Anônima para a Continuação das Obras Espíritas de Allan Kardec, que, no entanto, sob a gerência de Pierre-Gaëtan Leymarie, não escapou das cisões com a comunidade espírita, falhando na tarefa de formar uma unidade doutrinária e liderar o movimento. De posse dos documentos arquivados por Kardec, Leymarie pouco fez além de publicar o livro Obras Póstumas (1890) e inserções aqui e ali na Revista Espírita, que ele também comandava.

Ferrenha crítica da gestão Leymarie, Berthe Fropo denunciou a negligência dele para com os documentos de Kardec, acusando-o inclusive de queimar parte desse acervo histórico:

      “Poder-se-ia dizer que só o Sr. Leymarie e seus familiares eram os herdeiros; eles foram ajudados pelo Sr. Vautier, tesoureiro e ao mesmo tempo administrador da Sociedade, o que fazia que ele controlasse a si mesmo. Não houve nem inventário, nem venda pública, exceto as coisas fora de serviço que foram vendidas para revendedores de segunda mão.
      “Tudo aquilo era apenas questão de dinheiro, e tinha pouco valor aos meus olhos. Entretanto, o que me fez estremecer de indignação foi assistir a um verdadeiro auto de fé. O Sr. Vautier queimou pilhas de papéis e de cartas. Quantas comunicações e quantas anotações deixadas pelo mestre foram destruídas.””
Muita Luz (Beaucoup de Lumière), Berthe Fropo – ‘Como o Espiritismo é dirigido’

O mesmo pode ser dito dos sucessores de Leymarie — primeiramente a viúva, Marina, depois seu filho, Paul — que herdaram o patrimônio deixado pelo casal Kardec: fraca atuação na condução do movimento espírita e pouco proveito dos arquivos kardecistas, fora a publicação de alguns documentos na Revista Espírita dos anos 1908 a 1913.

Felizmente, entrou em cena Jean Meyer: entre 1916 até sua morte, em 1931, aquele grande mecenas espírita trabalhou fortemente para reavivar o movimento espírita; negociou com Paul Leymarie a aquisição dos direitos da Revista Espírita e os arquivos de Kardec, levando-os para a famosa Maison des Spirites (Casa dos Espíritas) — espelhando-se no projeto kardequiano para o estabelecimento central pensado para a Vila Ségur.

Porém, estima-se que boa parte desse acervo tenha ficado sob o domínio particular de Paul Leymarie, que também tocava o negócio da Livraria Leymarie (Librarie Leymarie) que seu pai fundara pouco antes de falecer. É provável que ainda mesmo sob a direção dos Leymarie, manuscritos de Kardec tenham sido vendidos ali, em meio a outras peças espiritualistas, místicas e esotéricas — como tal ficou caracterizado o estoque deste comércio. Tendo sido vendida essa livraria, sobras dos manuscritos e outras peças do acervo de Kardec achavam-se ali à venda; ainda nos anos 2020, alguns daqueles documentos foram comprados e trazidos para o Brasil.

Do acervo adquirido por Jean Meyer, sabe-se que grande parte foi evacuada da Maison des Spirites, por volta de 1940, quando aquela sede estava sob a ameaça de invasão dos nazistas durante a II Guerra Mundial, posto que era sabido do interesse particular de Adolf Hitler em confiscar o conteúdo espírita. Desde então, os arquivos kardequianos ficaram dispersos e fora do alcance do público em geral, até que se concretizasse o Projeto Allan Kardec da UFJF.


Origem do projeto

Estabelecer uma central de mídias capaz de receber e tratar os documentos resgatados para então disponibilizá-los livremente ao público, este o ideal que motivou a fundação do Projeto Allan Kardec, que surgiu a partir da oportunidade de trabalhar com o extraordinário acervo recolhido pelo estudioso espírita Canuto Abreu, fruto de suas viagens à França em meados do século XX. Esse acervo havia sido emprestado ao Museu Espírita de São Paulo, criado em 1997 por iniciativa do Dr. Paulo Toledo Machado e sua espsa Elza Mazzonetto e depois, em 2012, cedido à Federação Espírita Brasileira, a partir de quando então foi firmado o acordo com o Instituto Canuto Abreu; no entanto, o andamento dessa iniciativa não transcorreu como o esperado e com isso os herdeiros do Dr. Canuto transferiram a guarda daquele tesouro histórico à Fundação Espírita André Luiz – FEAL, a fim de ser catalogado e exibido publicamente.

Logomarca do antigo projeto Cartas de Kardec da FEAL


De início, a FEAL apresentou a ideia de criar esse centro de documentos históricos, conforme anúncio feito em 26 de maio de 2018, durante o lançamento de uma edição especial de A Gênese, os Milagres e as Predições segundo o Espiritismo, sob o selo da editora da FEAL. Logo mais essa central historiográfica seria denominada “Cartas de Kardec”, porém, acabou cedendo lugar para o Projeto Allan Kardec, mediante um acordo firmado entre a FEAL e a equipe do NUPES – Núcleo de Pesquisa em Espiritualidade e Saúde da Universidade Federal de Juiz de Fora, que assim justifica esta iniciativa:

      “O pensador francês Allan Kardec (1804-1869), a partir de investigações e estudos de fenômenos psíquicos/espirituais, fundou uma filosofia espiritualista à qual deu o nome de Espiritismo. Essa filosofia se disseminou no Brasil, predominantemente, como sendo um sistema religioso. Atualmente, os espíritas representam o terceiro maior grupo religioso do Brasil e Allan Kardec se tornou um dos pensadores franceses de maior influência sobre a sociedade brasileira. Milhões de exemplares de seus livros já foram impressos no país; ele é provavelmente o autor francês mais lido no Brasil. Assim, percebe-se a necessidade da ampliação de estudos acadêmicos sobre sua vida, obra e pensamento, cada vez com mais rigor e profundidade. A relativa carência de fontes primárias de Allan Kardec representa uma marcante limitação dessas investigações, que nas últimas décadas têm sido empreendidas por acadêmicos de diversas áreas, tanto no Brasil como no Exterior.”
Projeto Allan Kardec– ‘Início’, em www.projetokardec.ufjf.br (acesso em 6/11/21

Amostra do acervo espírita do Instituto Canuto Abreu


O anúncio desta parceria foi feito em agosto de 2020, marcando a data de lançamento oficial do projeto e a inauguração do seu portal virtual na internet para o primeiro dia do mês seguinte, quando se realizou um evento online para a devida apresentação, noticiando também o acordo firmado para a disponibilização de mais uma grande coleção de manuscritos e outros documentos históricos relacionados à Doutrina Espírita e seu codificador então sob a posse de Adair Ribeiro, dirigente do Portal Allan Kardec Online - AKOL, que mantém o Museu Online do Espiritismo.

Concretizada a parceria com a FEAL e o AKOL, o Projeto passou a receber e a publicar paulatinamente os documentos, vindo depois a ser enriquecido com outras importantes contribuições, inclusive vindas da França, a exemplo da coleção Forestier, como veremos a seguir.


Acervo

Três grandes coleções compõem atualmente o grosso do acervo do projeto: a coleção Canuto Abreu, a coleção AKOL e a coleção Forestier.

  • Coleção Canuto Abreu
    Silvino Canuto Abreu (1892 - 1980) foi um advogado, farmacêutico e médico, além de um notável pesquisador espírita e atuante divulgador do Espiritismo. Entre outras obras, destaca-se O Livro dos Espíritos e sua tradição Histórica e Lendária. Atraído pelo forte interesse nos registros históricos acerca dos fenômenos espirituais, metapsíquicos e paranormais, ele viajou esmiuçando bibliotecas e museus de diversas partes do mundo, especialmente o Museu Britânico, o Museu do Vaticano e a Biblioteca Nacional da França, coletando dados, adquirindo peças e assim formou uma riquíssima biblioteca pessoal. Seus herdeiros então idealizaram a fundação de um instituto para preservar a sua memória e a sua obra — o Instituto Canuto Abreu. O empréstimo dessa coleção chegou a ser negociado com a Federação Espírita Brasileira para ser disposta num Museu Espírita em São Paulo, todavia esse planejamento não resultou em efetividade, vindo enfim a alcançar êxito com o acordo firmado com a FEAL, até chegar à parceria com o projeto da UFJF.


    Canuto Abreu


    Essa coleção compreende uma biblioteca, contendo obras clássicas sobre o Cristianismo, o Magnetismo Animal, o Sonambulismo e o Espiritismo, manuscritos e documentos de Canuto Abreu e manuscritos e documentos de Kardec, dos quais constam principalmente de cartas e rascunhos de resposta a correspondências diversas, de breves anotações e reflexões, de preparações de preces e de evocações, algumas destas provavelmente utilizadas nas constantes sessões mediúnicas da Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas ou em sessões mediúnicas particulares.


  • Coleção AKOL
    Engenheiro naval e pesquisador espírita, Adair Ribeiro começou a adquirir sua coleção particular de documentos originais do Espiritismo a partir de 2018, garimpando sites de casas de antiquários, sendo a maior parte comprada da célebre Livraria Leymarie, então sob a direção de Philipe Chigot — que adota o sobrenome Leymarie, a exemplo de seu pai (Michel Chigot, dito Michel Leymarie) que comprou a livraria do sócio de Paul Leymarie nos anos 1970. Essa coleção é composta de obras clássicas sobre o Espiritismo e manuscritos e documentos de Kardec, dentre os quais, principalmente cartas, breves anotações e reflexões, bilhetes, transcrição de mensagens com Espíritos, psicografias, algumas destas recebidas na Sociedade Parisiense ou a ela enviadas de diversos outros centros espíritas da Europa, fotografias e pinturas originais.


  • Coleção AKOL


  • Coleção Forestier
    A terceira grande coleção do projeto vem da França e leva o nome de um memorável discípulo do Espiritismo da segunda geração: Hubert Forestier (1901-1971), o sucessor do filantropo espírita Jean Meyer na liderança do movimento espírita francês e demais regiões da Europa. Foi ele quem, na iminência de um saque dos nazistas — que de fato se deu em 1940 — se encarregou de evacuar a Maison des Spirites, levando parte dos documentos kardequianos para sua casa de campo no Sul da França, durante a II Guerra Mundial, e, após seu falecimento, ficando preservados esses documentos sob a tutela de seu filho, Jean Forestier, que em 2007 os entregou a Roger Perez, importante liderança espírita na Europa na passagem do século XX para o seguinte; depois disso, seu principal sucessor, Charles Kempf fez com que essa coleção fosse compartilhada com o Projeto Allan Kardec da UFJF, da qual constam, dentre outros documentos, cartas de Kardec (da época do Prof. Rivail e depois da de codificador espírita), cartas de Madame Kardec, diplomas de Kardec, documentos pessoais (passaporte, alistamento militar etc.).


  • Hubert Forestier


Fora essas três coleções, o projeto vem recebendo e catalogando documentos avulsos oriundos de vários contribuintes, permanecendo aberto a quem disponha de qualquer fonte primária relativa à historiografia espírita.


Tratamento dos documentos

O trabalho da equipe de voluntários do Projeto Allan Kardec é basicamente transcrever os textos dos manuscritos em sua língua original, fazer a tradução para o nosso português e demais idiomas e dispor para download fotocópias desses documentos em alta resolução, tudo isso depois do processo de condicionamento físico das peças:

      “Vários desses manuscritos, dessas transcrições e traduções chegaram-nos em condições precárias de conservação e sem nenhuma organização. Assim, uma primeira abordagem, ainda em curso, objetivou higienizá-los e organizá-los, estabelecer certa indexação categorial e cronológica. Concomitantemente, esses textos também passam por um necessário processo de revisão, sobretudo para corrigir, completar e atualizar as transcrições e traduções.”
Projeto Allan Kardec - www.projetokardec.ufjf.br/politica-editorial

A catalogação — mediante a associação de metadados — segue critérios técnicos apropriados para facilitar a indexação, busca e localização de um determinado documento.

      “Em parte, devido ao estilo caligráfico próprio do século XIX, em parte, por não se constituir sobremaneira de versões definitivas, ou mesmo originalmente destinadas à publicação, mas de rascunhos e psicografias, é compreensível que vários desses manuscritos apresentem lacunas, repetições e hesitações gramaticais, tornando-se assim de difícil leitura direta. Desse modo, propusemos a realização de dois tipos de transcrições: uma, simplificada, de todos os manuscritos, a ser disponibilizada numa primeira etapa (em formato html e pdf); a outra, diplomática, de determinados manuscritos, a ser disponibilizada numa segunda etapa, e que contenha obviamente a representação de palavras e passagens rasuradas e outros elementos gráficos.”
Idem

Para fins dessa referida organização, cada documento recebe um código identificador único e cada qual submetido a um padrão que segue certas notações utilizadas para as transcrições e traduções, tais como:

  • Datas e outras informações conjecturadas são representadas entre colchetes: [1857].
  • Palavra e passagem com caligrafia distinta da principal são representadas entre colchetes invertidos: ]vocabulaire[ = ]vocabulário[; e, para cada nova caligrafia, acrescentamos mais um colchete invertido: ]]vocabulaire[[ = ]]vocabulário[[.
  • Palavra e passagem sublinhada no manuscrito são representadas com sublinhado ou com itálico.
  • Palavra e passagem illisible ou ilegível são representadas entre colchetes: [illis.] = [ileg.].
  • Palavra e passagem de leitura incerta são representadas entre chevrons: <vocabulaire> = <vocabulário>.
  • Palavra e passagem ausentes são representadas entre colchetes: […].
  • Palavra e passagem não localizadas no corpo central do manuscrito são representadas entre chaves na transcrição: vocabulaire {vocabulaire}.

Desta maneira, a busca por documentos pode ser efetuada com facilidade, pesquisando por palavra-chave (por exemplo: “Rivail”, “prece”, “psicografia” etc.), por categoria (carta, litografia, discurso etc.), por data do documento e outros critérios.

A política editorial do projeto também deixa claro que as transcrições e traduções então divulgadas não têm o caráter definitivo e passam frequentemente por revisões, correções e melhorias, a partir de sugestões dos próprios usuários do portal, ressaltando que esse projeto não tem fins lucrativos e seu trabalho é realizado por voluntários interessados em apoiar o valor historiográfico desse material e, em certos casos, motivados em ajudar na divulgação do Espiritismo.

Link para o portal do projeto:
www.projetokardec.ufjf.br


Referências

  • Site oficial do Projeto Allan Kardec da UFJF (acesso em 7/11/2021).
  • Revista Espírita - coleção 1862, Allan Kardec - Ebook.
  • Revista Espírita - coleção 1864, Allan Kardec - Ebook.
  • A Gênese, os Milagres e as Predições segundo o Espiritismo, Allan Kardec - Ebook.
  • Revista Espírita - coleção 1863, Allan Kardec - Ebook.
  • Obras Póstumas, Allan Kardec - Ebook.
  • Muita Luz (Beaucoup de Lumière), Berthe Fropo - Ebook.
  • “A Livraria Espírita e a Livraria Leymarie: esclarecimentos sobre confusão histórica feita por um vídeo na net” - Espiritismo em Movimento (acesso em 7/11/2021).
  • "O sonho do Museu Espírita de São Paulo" Blog Grupo Chico Xavier (acesso em 7/11/2021).
  • "FEAL lança edição especial de A Gênese e anuncia o projeto do Instituto Canuto Abreu" - Espiritismo em Movimento (acesso em 7/11/2021).
  • "Lançamento do projeto Cartas de Kardec - resgatando a verdade ocultada por 150 anos" - Espiritismo em Movimento (acesso em 7/11/2021).
  • Página oficial do NUPES – Núcleo de Pesquisa em Espiritualidade e Saúde da UFJF (acesso em 7/11/2021).
  • Matéria "Lançamento do Projeto Allan Kardec" - Espiritismo em Movimento (acesso em 7/11/2021).
  • Portal AKOL – Allan Kardec Online (acesso em 7/11/2021).
  • “O extraordinário acervo histórico espírita do site Allan Kardec Online” - Espiritismo em Movimento (acesso em 7/11/2021).
  • “As novidades do Projeto Allan Kardec da UFJF: Eric Pacheco entrevista Fabio Fortes” - Espiritismo em Movimento (acesso em 7/11/2021).
  • Perfil de Hubert Forestier em Autores Espíritas Clássicos (acesso em 7/11/2021).
  • "O Acervo Forestier" - Bruno Tavares Entrevista Charles kempf - YouTube (acesso em 7/11/2021).
  • "O Museu AKOL e O Projeto Allan Kardec da UFJF" com Adair Ribeiro e Bruno Tavares - YouTube (acesso em 7/11/2021).
  • Encyclopédie Spirite - Spiritisme.net (acesso em 7/11/2021).


Tem alguma sugestão para correção ou melhoria deste verbete? Favor encaminhar para Atendimento.


Índice de verbetes
A Gênese, os Milagres e as Predições segundo o Espiritismo
Abreu, Canuto
Adolphe Laurent de Faget
Agênere
Alexandre Aksakof
Allan Kardec
Alma
Alma gêmea
Amélie Gabrielle Boudet
Amuleto
Anália Franco
Anastasio García López
Andrew Jackson Davis
Anna Blackwell
Arigó, Zé
Arthur Conan Doyle
Auto de Fé de Barcelona
Auto-obsessão.
Banner of Light
Baudin, Irmãs
Bem
Berthe Fropo
Blackwell, Anna
Boudet, Amélie Gabrielle
Cairbar Schutel
Canuto Abreu
Caridade
Carma
Caroline Baudin
Célina Japhet
Cepa Espírita
Charlatanismo
Charlatão
Chevreuil, Léon
Chico Xavier
Cirne, Leopoldo
Codificador Espírita
Comunicabilidade Espiritual
Conan Doyle, Arthur
Consolador
Cordão de Prata
Cordão Fluídico
Crookes, William
Daniel Dunglas Home
Davis, Andrew Jackson
Denis, Léon
Dentu, Editora
Dentu, Édouard
Desencarnado
Deus
Didier, Pierre-Paul
Divaldo Pereira Franco
Dogma
Dogmatismo
Doutrina Espírita
Doyle, Arthur Conan
Dufaux, Ermance
Ectoplasma
Ectoplasmia
Ecumenismo
Editora Dentu
Édouard Dentu
Elementos Gerais do Universo
Emancipação da Alma
Encarnado
Epífise
Erasto
Ermance Dufaux
Errante
Erraticidade
Errático
Escala Espírita
Escrita Direta
Espiritismo
Espiritismo à Francesa: a derrocada do movimento espírita francês pós-Kardec
Espírito da Verdade
Espírito de Verdade
Espírito Santo
Espírito Verdade
Espiritual
Espiritualidade
Espiritualismo
Espiritualismo Moderno
Evangelho
Expiação
Faget, Laurent de
Fascinação
Fio de Prata
Fluido
Fora da Caridade não há salvação
Fox, Irmãs
Francisco Cândido Xavier
Franco, Anália
Franco, Divaldo
Fropo, Berthe
Galeria d’Orleans
Gama, Zilda
Glândula Pineal
Henri Sausse
Herculano Pires, José
Herege
Heresia
Hippolyte-Léon Denizard Rivail
Home, Daniel Dunglas
Humberto de Campos
Imortalidade da Alma
Inquisição
Irmão X
Irmãs Baudin
Irmãs Fox
Jackson Davis, Andrew
Japhet, Célina
Jean Meyer
Jean-Baptiste Roustaing
Joanna de Ângelis
Johann Heinrich Pestalozzi
José Arigó
José Herculano Pires
José Pedro de Freitas (Zé Arigó)
Julie Baudin
Kardec, Allan
Kardecismo
Kardecista
Kardequiano
Karma
Lachâtre, Maurice
Lacordaire
Lamennais
Laurent de Faget
Léon Chevreuil
Léon Denis
Leopoldo Cirne
Leymarie, Pierre-Gaëtan
Linda Gazzera
Livraria Dentu
London Dialectical Society
Madame Kardec
Mal
Maurice Lachâtre
Mediatriz
Médium
Mediunidade
Mediunismo
Mesas Girantes
Metempsicose
Meyer, Jean
Misticismo
Místico
Moderno Espiritualismo
Necromancia
O Livro dos Espíritos
O Livro dos Médiuns
Obras Básicas do Espiritismo
Obsediado
Obsessão
Obsessor
Onipresença
Oração
Palais-Royal
Panteísmo
Paráclito
Parasitismo psíquico
Pélagie Baudin
Percepção extrassensorial
Pereira, Yvonne A.
Perispírito
Pestalozzi, Johann Heinrich
Pierre-Gaëtan Leymarie
Pierre-Paul Didier
Pineal
Pires, José Herculano
Pneumatografia
Possessão
Prece
Pressentimento
Projeto Allan Kardec
Quiromancia
Religião
Revelação Espírita
Rivail, Hypolite-Léon Denizard
Roustaing, Jean-Baptiste
Santíssima Trindade
Santo Ofício
Sausse, Henri
Schutel, Cairbar
Sematologia
Sentido Espiritual
Sexto Sentido
Silvino Canuto Abreu
Sociedade Dialética de Londres
Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas
SPEE
Subjugação
Superstição
Talismã
Terceira Revelação
Tiptologia
Tribunal do Santo Ofício
Trindade Universal
Ubiquidade
UEF
União Espírita Francesa
Vampirismo
Verdade, Espírito
Videira Espírita
William Crookes
X, Irmão
Xavier, Chico
Xenoglossia
Yvonne A. Pereira
Zé Arigó
Zilda Gama

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