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Índice de verbetes


mediunidade



Mediunidade é um meio de interação entre os mortos (Espíritos) e os vivos (Espíritos encarnados), bem como um modo de os desencarnados se manifestarem fisicamente na nossa dimensão material através do médium, que é um indivíduo encarnado devidamente dotado desta faculdade, servindo assim — consciente ou não do fenômeno mediúnico — de intermediário entre a espiritualidade e a humanidade. Seus fenômenos são divididos basicamente em dois gêneros: manifestações de efeitos físicos (telecinesia, tiptologia, materializações, curas etc.) e manifestações de influências inteligentes (psicografia, psicofonia etc.); é, portanto, uma das formas de comunicabilidade espiritual e, por conseguinte, uma das evidências da imortalidade da alma. Relatos de mediunidade remontam aos mais antigos registros da História (a Bíblia, inclusive), estando presentes nos mais diversos os povos e inspirando religiões e correntes culturais; contudo, foi principalmente a partir do Espiritualismo Moderno (em meados do século XIX) que a sua prática foi intensificada, resultando daí o advento do Espiritismo. Segundo a Doutrina Espírita, a faculdade mediúnica é um dom natural, e nada tem de sobrenatural; é ainda um mandato concedido por Deus a fim de que o médium coopere com a obra de espiritualização da humanidade, contribuindo para as revelações das leis divinas, estando o mediunato espírita condicionado ao sentimento de abnegação e caridade, em conformidade com o precito de Jesus: Dar de graça o que de graça recebeu, resultando que fora desta concepção a prática mediúnica se rebaixa ao mediunismo e implica os envolvidos em precisas consequências. Num sentido amplo a mediunidade é similar à medianimidade, enquanto num sentido mais específico essas faculdades se distinguem, quando o fenômeno medianímico fica caracterizado pelo animismo. Dentro da contexto espírita, O Livro dos Médiuns, de Allan Kardec, é a obra que melhor sintetiza e explica a naturalidade, a justeza e a aplicação mais segura da mediunidade; seguindo os preceitos kardecistas, respeitados médiuns têm se notabilizado, tais como: Anna Prado, Peixotinho, Zilda Gama, Zé Arigó, Yvonne A. Pereira, Divaldo Franco e Chico Xavier.


Chico Xavier: modelo de médium espírita



Dos antecedentes ao Espiritualismo moderno

Manifestações espirituais de variadas formas são alegadas desde os mais remotos registros históricos, presente em todas as grandes expressões culturais. Civilizações diversas tiveram — algumas vezes inseridos nos grupos da elite social — indivíduos ditos dotados das artes místicas, então denominados de profetas, magos, feiticeiros, pitonisas, xamãs, adivinhos etc. São bastante comuns os relatos de aparição de mortos, guias espirituais, anjos e divindades. Com efeito, o culto da evocação dos mortos consta nas memórias mais antigas do orientais, do Antigo Egito, dos babilônicos, do judaísmo e outros. A Bíblia, aliás, é um rico repositório desta fenomenologia; nela inclusive está contida uma previsão de derramamento dos dons mediúnicos:

“E, depois disso, acontecerá: Derramarei meu Espírito sobre a tua carne, e os vossos filhos e as vossas filhas profetizarão; vossos velhos terão sonhos e vossos jovens terão visões.”
Joel, 2: 28

Passagem esta que, aliás, é reproduzida no Novo Testamento, no livro dos Atos dos Apóstolos, 2: 17, cuja promessa é ratificada pelo próprio Cristo, prenunciando que sua mensagem seria completada pela moderna mediunidade:

“E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Paráclito, para que fique eternamente convosco.
“É o Espírito da Verdade, que o mundo não pode receber, porque não o vê nem o conhece, mas vós o conhecereis, porque permanecerá convosco e estará em vós.”
João, 14: 16-17

A História Antiga é farta de ocorrências análogas e de personagens que testemunham os fatos ditos sobrenaturais. Na Grécia, por exemplo, o filósofo Sócrates (470 a.C. - 399 a.C.) declarou abertamente viver sob a companhia e diálogo esporádico com um mentor espiritual, a quem chamou Daemon. Durante o período clássico do profetismo judaico, Jeová se manifesta diversas vezes aos hebreus e, em seu nome, vários profetas operam os chamados milagres. Na Idade Média, encontramos a figura de Joana d’Arc, uma camponesa analfabeta que, guiada por vozes espirituais, conduziu o falido exército francês à vitória contra os invasores ingleses, no conflito chamado de Guerra dos Cem Anos. Mesmo nos tempos mais recentes, segundo a tradição católica, considera-se comum aparições de santos e de Maria, mãe de Jesus. Extraordinário também foi o caso das visões do polímata Emanuel Swedenborg.

Finalmente no século XIX uma série de manifestações se desenvolveu nos Estados Unidos da América — a partir do célebre caso das Irmãs Fox, em Hydesville — e se disseminou mundo afora através do moda das Mesas Girantes, instituindo um movimento histórico consistente chamado Espiritualismo Moderno. Os mais diversos exemplos de fenômenos espirituais foram documentados, mobilizando todos os grandes segmentos do conhecimento a fim de compreender aquela fenomenologia, pela qual se notabilizaram médiuns como Andrew Jackson Davis, Eusapia Palladino, Daniel Dunglas Home, Florence Cook, Elizabeth D’Espérance, dentre outros. Empenharam-se a pesquisar essas manifestações os mais eminentes homens das ciências da época, tais como: Sir William Crookes, Alfred Russel Wallace, Oliver Lodge, Alexandre Aksakof, Charles Richet e Camille Flammarion, muitos dos quais atestando a autenticidade dos fenômenos e nenhum acatando alguma prova contrária satisfatória.


Sessão de Mesa Girantes com a médium Linda Gazzera


Mediunidade e Espiritismo

Dentre os incontáveis grupos de pesquisas e estudos acerca do Espiritualismo Moderno ao redor do globo terreno, a melhor síntese daquela fenomenologia foi sistematizada pela Doutrina Espírita (Espiritismo), codificada por Allan Kardec e que se caracteriza também como a ciência própria para a apreciação desse gênero de fenômeno, seguindo uma metodologia racional.

Kardec partiu de uma rigorosa e imparcial investigação sobre a realidade dos fenômenos; uma vez comprovada a autenticidade da manifestação espiritual, ele passou a analisar as consequências filosóficas naturais dessa realidade, a começar pela imortalidade da alma e sua nova condição pós-morte como Espírito, o próprio mecanismo de interação mediúnica, as implicações dos atos humanos em face da vida futura, a justeza das doutrinas religiosas e filosóficas acerca da espiritualidade, de Deus e tudo mais o mais que diz respeito às questões metafísicas que nunca antes as religiões e as filosofias puderam explicar satisfatoriamente.

“O simples fato da possibilidade de se comunicar com os seres do mundo espiritual tem consequências incalculáveis da mais alta gravidade; é um mundo totalmente novo que se revela para nós, e que é tão importante que alcança todos os homens, sem exceção. Esse conhecimento, em se generalizando, não pode deixar de implicar numa profunda modificação nos costumes, no caráter, nos hábitos e nas crenças que têm tão grande influência sobre as relações sociais. É toda uma revolução que se opera nas ideias, revolução essa tão grande e tão poderosa que não está limitada a um povo, nem a uma classe social, mas que alcança simultaneamente pelo coração todas as categorias, todas as nacionalidades e todos os cultos.”
A Gênese, os Milagres e as Predições segundo o Espiritismo, Allan Kardec - cap. I, item 20

A dedução primordial subsequente foi a de que a mediunidade é o meio que consagra a promessa do Cristo sobre a vinda do Consolador, o Paráclito, o Espírito da Verdade, para formatar a Terceira Revelação da lei divina, com vistas ao programa didático de espiritualização da humanidade, para o qual o intercâmbio mediúnico é imprescindível, pois de outra forma qualquer ideia acerca da natureza espiritual não passaria de especulação humana.

Para levar a efeito esse movimento regenerador de forma mais rápida, eficaz e dinâmica, as revelações se espalham por todos os povos, sem exclusivismo qualquer de gênero, crença ou condição social:

“A mediunidade é distribuída sem distinção a fim de que os Espíritos possam trazer a luz a todas as categorias, em todas as classes da sociedade, ao pobre como ao rico; aos sábios para fortalecê-los no bem, aos viciosos para os corrigir.”
O Evangelho segundo o Espiritismo, Allan Kardec - cap. XXIV, item 12

Na sua aplicação individual, o mediunato é uma missão, “uma coisa santa que deve ser praticada santamente, religiosamente” (O Evangelho segundo o Espiritismo, Allan Kardec - cap. XXVI, item 10). Ao mesmo tempo, é uma provação, dado os desafios e perigos inerentes ao ofício mediúnico (Ver a seguir o tópico Obsessão e outros desafios da mediunidade).


Sobre os médiuns

Segundo a revelação espírita, certos Espíritos têm a capacidade de influenciar os encarnados através de sugestões mentais e até de ação física, agindo sobre o organismo humano; aquele que sente essa influência é chamado de médium:

“Toda pessoa que sente num grau qualquer a influência dos Espíritos é — por isso mesmo — um médium. Esta faculdade é inerente ao homem e, por conseguinte, não é um privilégio exclusivo; logo, são poucas as pessoas entre as quais não encontramos rudimentos dessa faculdade. Pode-se então dizer que quase todo mundo é médium; todavia, na prática, esta qualificação só se aplica àqueles em quem a faculdade medianímica é nitidamente caracterizada e se traduz por efeitos evidentes de certa intensidade, o que depende então de um organismo mais ou menos sensitivo.”
O Livro dos Médiuns, Allan Kardec - cap. XIV, item 159

A faculdade mediúnica requer, portanto, um organismo físico devidamente capacitado para tal finalidade, assim como a visão humana requer o órgão ocular e a audição requer o aparelho auditivo. Já desde as mais antigas escolas espiritualistas, especula-se que a glândula pineal seja esse sensor da mediunidade, isto é, o dispositivo orgânico capaz de captar, interpretar e interagir com os influxos dos Espíritos.


Glândula pineal


O Espírito André Luiz se desdobra profundamente sobre a glândula pineal — que ele prefere chamar de epífise — especialmente na obra Missionários da Luz, psicografada por Chico Xavier. A síntese de suas considerações pode ser tomada pelos apontamentos colhidos de um de seus instrutores espirituais:

“Examine atentamente. Estamos notando as singularidades do corpo perispiritual. Pode reconhecer, agora, que todo centro glandular é uma potência elétrica. No exercício mediúnico de qualquer modalidade, a epífise desempenha o papel mais importante. Através de suas forças equilibradas, a mente humana intensifica o poder de emissão e recepção de raios peculiares à nossa esfera. É nela, na epífise, que reside o sentido novo dos homens; entretanto, na grande maioria deles, a potência divina dorme embrionária.”
Alexandre,
Missionários da Luz, (André Luiz) Chico Xavier - Cap. 1

Além desse condicionamento orgânico, o contato mediúnico se subordina à disposição dos Espíritos em se comunicar e, sobretudo, à permissão divina, que objetiva sempre uma utilidade prática. Desta maneira, embora o médium possa potencializar a realização dos fenômenos por força de sua vontade, da sua preparação e das evocação que ele possa fazer, o ato mediúnico parte e é dirigido pela espiritualidade — muitas vezes até a contragosto do médium.

A disposição orgânica do médium, dentre outros fatores, também pode designar a especialidade de suas potencias mediúnicas; nesse sentido, Kardec esclarece que:

“É notável também que essa faculdade não se revela em todos da mesma maneira; os médiuns geralmente têm uma aptidão especial para esta ou aquela ordem de fenômenos — o que estabelece tantas variedades de médiuns quanto existe de espécies de manifestações.”
O Livro dos Médiuns, Allan Kardec - cap. XIV, item 159


Mecanismo mediúnico

A Doutrina Espírita evidencia que a mediunidade é um recurso natural e, dessa forma, não tem nada de místico, milagroso ou sobrenatural:

“Para aqueles que consideram a matéria a única força da Natureza, tudo o que não pode ser explicado pelas leis da matéria é maravilhoso ou sobrenatural, e, para eles, maravilhoso é sinônimo de superstição...
“[...] o espiritismo nos dá a chave de uma imensidade de coisas inexplicadas e inexplicáveis por qualquer outro meio, e que nos tempos antigos se passaram por prodígios. Do mesmo modo que o magnetismo, ele nos revela uma lei, se não desconhecida, pelo menos mal compreendida; ou, melhor dizendo, conhecíamos os efeitos — pois eles se produziram em todos os tempos —, mas não conhecíamos a lei, e é a ignorância dessa lei que gera a superstição. Uma vez compreendida essa lei, o maravilhoso desaparece e os fenômenos entram na ordem das coisas naturais.”
O Livro dos Médiuns, Allan Kardec - 1ª parte, cap. II, itens 10 e 15

Sendo os Espíritos forças vivas e inteligentes, eles atuam sobre as formas materiais assim como a mente (alma, Espírito encarnado) atual sobre o seu corpo humano através de uma combinação de forças naturais; para tanto, deve-se compreender que o mundo espiritual não é absolutamente imaterial, mas sim composto de matéria, ou fluidos materiais, em níveis muito mais sutis do que a forma então conhecida em nossa dimensão atual; a propósito, nem mesmo o Espírito é totalmente abstrato, mas sim dotado de um organismo fluídico, um corpo espiritual chamado perispírito, que lhe permite agir sobre as coisas materiais.


Representação gráfica de uma manipulação espiritual de fluidos


Dentro do mecanismo mediúnico há, pois, dois tipos de gêneros básicos:

  • Manifestações físicas: são aquelas que se traduzem por efeitos sensíveis, tais como ruídos, movimento e deslocamento de corpos sólidos. Para tais operações, os Espíritos se valem do seu controle sobre os fluidos do ambiente e principalmente de um tipo de fluido vital — também conhecido como ectoplasma — emitido pelos médiuns apropriados para esse gênero de manifestação. Diz o codificador espírita que “as manifestações físicas têm por objetivo chamar nossa atenção para alguma coisa e nos convencer da presença de uma força superior ao homem” (O Livro dos Médiuns, 2ª parte, cap. V, item 85);
  • Manifestações inteligentes: são aquelas em que demonstram um ato livre e voluntário do Espírito manifestante, expressando uma intenção própria ou respondendo a um pensamento de outrem (a uma pergunta de um médium, por exemplo). Pelas comunicações inteligentes os Espíritos objetivam, de modo geral, transmitir alguma informação e influenciar os encarnados, sendo essa influência boa ou má conforme o nível evolutivo desses Espíritos.

No ato mediúnico, necessário se faz que haja uma sintonia fluídica — e algumas vezes mental — entre o Espírito manifestante e o médium; este último, de maneira comum, entra em estado de transe mais ou menos profundo, que vai de um leve torpor até a total inconsciência durante a operação do fenômeno. Portanto, nessa situação, o médium encontra-se em um dos estados de emancipação da alma, quer dizer, parcialmente desprendido das limitações dos condicionamentos físicos, estado esse então induzido e dirigido pelo desencarnado que se manifesta por intermédio do encarnado.

Exatamente essa intervenção espiritual é o que caracteriza a mediunidade e que a diferencia do conceito estrito de medianimidade, que por sua vez abrange os fenômenos próprios da alma emancipada (não diretamente conduzidos por outro ser espiritual) — também conhecidos como fenômenos anímicos, de animismo. Um exemplo clássico de animismo é o sonambulismo.


Tipos de manifestações espirituais

Mediante as disposições orgânicas do médium e as intenções do Espírito comunicante, as manifestações mediúnicas podem ocorrer de vários tipos, podendo ser ocultas ou patentes, fluídicas ou tangíveis; em certos casos, quando o manifestante deseja e tem a oportunidade de se fazer bastante evidente, ele pode produzir fenômenos claramente perceptíveis, tal como no caso das materializações espirituais, em que as formas produzidas podem ser observadas e até tocadas.

Até mesmo as manifestações destinadas a transmitir diretamente uma comunicação inteligível têm uma diversidade de fenômenos possíveis:

“Os meios de comunicação são bastante variados. Agindo sobre os nossos órgãos e sobre todos os nossos sentidos, os Espíritos podem se manifestar à visão, nas aparições; ao tato, pelas impressões tangíveis ocultas ou visíveis; à audição pelos ruídos; ao olfato, pelos odores sem causa conhecida. [...] O que devemos examinar com cuidado são os diversos meios de se obter comunicações, quer dizer, é uma troca regular e continuada de pensamentos. Esses meios são: as pancadas, a palavra e a escrita.”
O Livro dos Médiuns, Allan Kardec - 2ª parte, cap. X, item 138

Dentre os principais tipos de fenômenos mediúnicos, podemos destacar:

  • Tiptologia: produção de ruídos, pancadas, batidas, das quais pode haver algum tipo de mensagem inteligível e expressão do tipo de sematologia;
  • Telecinesia: movimentação e transporte de objetos materiais;
  • Pneumatografia: formação espontânea de textos e outros sinais gráficos, também chamada de escrita direta;
  • Pneumatofonia: formação espontânea de vozes (voz direta) e outros sons;
  • Aparição: quando o Espírito se deixa ser visto mentalmente pelo médium (neste caso, um médium vidente), podendo também se fazer ser ouvido (por um médium audiente) e até sentido (por um médium sensitivo);
  • Materialização: formas ectoplasmáticas de objetos e corpos espirituais, ou perispirituais;
  • Psicografia: escrita dos Espíritos pela mão do médium;
  • Psicofonia: comunicação dos Espíritos pela voz do médium;
  • Cura espiritual: intervenções cirurgias espontâneas.


Os manifestantes e a qualidade das comunicações

De acordo com a codificação kardequiana, a divindade permite que Espíritos todas as classes possam se manifestar, e justamente a posição dos manifestantes na escala espírita estabelece a qualidade das comunicações: quanto mais elevados os seres, mais conhecimento e bondade estarão expressos em suas mensagens; quanto mais atrasados, mais equívoco, banalidade, malícia e crueldade se farão presentes em suas comunicações. Além disso, o médium pode experimentar no ato mediúnico sensações análogas à qualidade dos seres manifestantes:

“Um bom Espírito sempre causa uma impressão suave e agradável; a de um mau Espírito, ao contrário, é penosa, angustiosa e desagradável; há como que um odor de impureza.”
O Livro dos Médiuns - 2ª parte, cap. X, item 164

Quanto à qualidade das mensagens espirituais, o Espiritismo sugere quatro categorias básicas para agrupar as mais diversas nuances dessas comunicações:

  • Grosseiras: de cunho indecente e violento, vindas de “Espíritos de baixa categoria, ainda repletos de todas as impurezas da matéria, e em nada diferem das que os homens viciosos e grosseiros poderiam oferecer” (O Livro dos Médiuns, 2ª parte, cap. X, item 134);
  • Frívolas: comunicações típicas dos Espíritos gaiatos e irresponsáveis, que tanto agradam às pessoas dessa mesma faixa de futilidades;
  • Sérias: aquelas cujo conteúdo exclui qualquer grosseria e futilidade, embora sua importância precise ser submetida à utilidade do assunto e à maneira como a mensagem é produzida, porque entre os Espíritos sérios nem todos são igualmente esclarecidos: “há muita coisa que eles ignoram e sobre as quais eles podem se enganar de boa-fé” (O Livro dos Médiuns, 2ª parte, cap. X, item 136);
  • Instrutivas: aquelas que, dados por seres capacitados, “têm por objetivo principal um ensinamento qualquer dado pelos Espíritos sobre as ciências, a moral, a filosofia etc.” (O Livro dos Médiuns, 2ª parte, cap. X, item 137).

Ao revelar a variedade de caráter dos Espíritos, conforme o grau de progresso moral de cada um, a Doutrina Espírita desmistifica a ideia de que as intervenções espirituais via mediunidade sejam todas demoníacas, como alguns pensam (baseando-se no conceito de que só os demônios podem se manifestar aos homens) ou absolutamente divinas, como idealizam outros (pelo conceito de que somente Deus e os seus anjos se manifestam). Portanto, entre os Espíritos inferiores e os Espíritos superiores, há uma infinidade de tipos de comunicações possíveis, razão pela qual a recomendação espírita é sempre submetê-las ao crivo da lógica e da razão — que, aliás, é um procedimento positivo para se prevenir dos falsos ensinamentos espirituais:

“Ao submeter todas as comunicações a um exame escrupuloso, ao averiguar e ao analisar o pensamento e as expressões como se faz quando se trata de julgar uma obra literária, rejeitando sem hesitar tudo o que peca pela lógica e pelo bom senso, tudo o que desminta o caráter do Espírito que se supunha manifestar-se, então desencorajamos os Espíritos mentirosos, que acabam por se retirar, desde que estejam bem convencidos de que não conseguem nos enganar.”
O Livro dos Médiuns - 2ª parte, cap. XXIV, item 266


Obsessão e outros desafios da mediunidade

A possibilidade de também os Espíritos moralmente atrasados se manifestarem acarreta num dos maiores escolhos da mediunidade: a obsessão, que é a influência negativa que um Espírito exerce persistentemente sobre uma pessoa encarnada, de variados modos de atuação, desde uma simples perturbação até um domínio completo das faculdades mentais e do organismo físico do sujeito obsidiado, cujos efeitos podem alcançar diversos graus do constrangimento e até enfermidades físicas. Os fenômenos de poltergeist estão nessa mesma ordem de manifestações nocivas.

O obsessor — o agente dessa má influência — é sempre de uma natureza inferior, própria dos Espíritos ainda bastante imperfeitos, movidos por interesses variados, por exemplo: sentimento de vingança (movida por uma mágoa resultante da vida presente ou de outra reencarnação), inveja, mero desejo de fazer o mal (aleatoriamente ou contra uma pessoa ou uma causa comum, como contra o Espiritismo), por divertimento ou ainda para usufruir de gozos materiais (fumo, bebida, droga, sexo etc.) que, neste caso, é comumente especificado como vampirismo. O obsediado (ou obsidiado, obsedado) é a presa do processo obsessivo, também evidenciando um tanto de inferioridade moral — seja pela suscetibilidade de ser perturbado ou mal influenciado, seja pela sua predisposição em gozar dos prazeres inferiores a que é arrastado.

Em razão dos médiuns estarem naturalmente mais expostos ao contato dos Espíritos, a obsessão é então colocada como um perigo de primeira ordem para a prática mediúnica, que, por outro lado, apresenta-se como poderoso auxílio no tratamento contra a obsessão (desobsessão), sobretudo por revelar a ação oculta de obsessores e por propiciar um diálogo regenerador entre os envolvidos e possíveis intermediários, motivados pela boa vontade.

A contingência do processo obsessivo obedece aos desígnios da Providência Divina como parte do programa de evolução espiritual dos seres inteligentes, seja por provação ou por expiação.

Em face da capacidade mediúnica, uma das táticas comuns usadas pelos obsessores é a de sugestionar o médium a se perder em seu vocacionado, consistindo assim noutro dos maiores desafios do mediunato; nesse sentido, o médium é tentado a se fascinar com suas capacidades psíquicas, aguçando seu orgulho, vaidade e egoísmo, para daí buscar reconhecimento e até interesses materiais, ambicionando faculdades mediúnicas além das que já possui e não raro simulando fenômenos, tal qual um charlatão.


Instrumentos usados para mistificar fenômenos mediúnicos


A propósito, ao lado da ignorância e da desinformação, o charlatanismo e o embuste têm se figurado entre os maiores inimigos da credibilidade popular em relação à mediunidade; episódios flagrantes de fraude, mistificação e exploração da mediunidade têm sido registrados ao longo dos tempos, prejudicando assim o próprio desenvolvimento da Doutrina Espírita. Contra tais inimigos, a melhor solução é o espírito de abnegação do médium:

“Como tudo pode se tornar objeto de exploração, não há nada de espantoso em que alguém também quisesse explorar os Espíritos; resta saber como eles encarariam a questão, se algum dia tentassem apresentar tal especulação. Nós diremos primeiramente que nada se prestaria melhor ao charlatanismo e ao embuste do que uma profissão como essa. Se temos visto falsos sonâmbulos, veremos ainda muito mais falsos médiuns, e só isso já seria motivo de desconfiança. O desinteresse, ao contrário, é a resposta mais peremptória que podemos oferecer aos que não enxergam nos fatos nada mais do que um truque hábil. Não existe charlatanismo desinteressado; qual seria então a intenção das pessoas que usassem da mistificação sem proveito e ainda mais quando sua reconhecida honestidade os coloca acima de qualquer suspeita?”
O Livro dos Médiuns - 2ª parte, cap. XXVIII, item 304


Mediunidade com Jesus

O total desinteresse pessoal do médium e o seu desejo de servir à espiritualidade na causa da evangelização da humanidade representa o propósito fundamental da conduta espírita para o mediunato; esse modelo de atuação é comumente conhecido pela expressão Mediunidade com Jesus, seguindo o preceito cristão, que estabeleceu a máxima “Deem gratuitamente o que receberam gratuitamente” (Mateus, 10: 8), assim interpretada pela codificação kardequiana:

“Os médiuns modernos — pois os apóstolos também tinham mediunidade — igualmente receberam de Deus um dom gratuito: o de serem intérpretes dos Espíritos, para instrução dos homens, para lhes mostrar a rota do bem e os conduzir à fé, e não para lhes vender as palavras que não lhes pertencem, porque não são fruto nem de suas concepções, nem de suas pesquisas, nem de seu trabalho pessoal. Deus quer que a luz chegue a todo mundo; ele não quer que o mais pobre seja deserdado dessa luz e possa dizer: eu não tive fé, porque não pude pagar por ela; não pude ter a consolação de receber os encorajamentos e os testemunhos de afeição daqueles por quem choro, porque sou pobre. Eis por que a mediunidade não é um privilégio e se encontra por toda parte; logo, cobrar por ela seria desviá-la do seu objetivo providencial [...].
“A mediunidade é uma coisa santa, que deve ser praticada santamente, religiosamente.”
O Evangelho segundo o Espiritismo - cap. XXIV, itens 7 e 10

Em síntese, a prática mediúnica espírita se fundamente sobre estes critérios:

  • Justa utilidade: por exemplo, meio de instrução e de solidariedade entre entes queridos, não admitindo como pretexto uma mera curiosidade ou divertimento fenomenológico;
  • Bem comum: a interação espiritual deve procurar se pautar sobre os princípios do respeito mútuo e da benevolência para com todos;
  • Devotamento: em Espiritismo, o serviço mediúnico é sempre gratuito e o bom médium espírita é aquele que nada procura por recompensa senão a satisfação de ser útil à seara divina, ciente que esse desprendimento representa a mais eloquente prova da veracidade das manifestações espirituais diante dos incrédulos.

Seguindo os fundamentos espíritas, temos notáveis exemplos de devotados médiuns, dos quais reluzem nomes como os de: Anna Prado e Peixotinho, para o campo das materializações espirituais; Zé Arigó, para curas; Zilda Gama e Yvonne A. Pereira, as damas da psicografia; Divaldo Franco, para a psicografia e a psicofonia; e Chico Xavier, o mais extraordinário médium do século XX, de múltiplas faculdades psíquicas e exemplo de humildade e caridade.


Grandes médiuns espíritas: Anna Prado, Peixotinho, Zé Arigó, Zilda Gama, Yvonne A. Pereira, Divaldo Franco e Chico Xavier



Mediunidade perante as religiões e a ciência

O contato mediúnico é objeto de controvérsias para muitas doutrinas religiosas, embora ela esteja presente de algum modo em todas as grandes religiões. Desde o culto aos mortos dos iniciados egípcios, o transcendentalismo hindu e búdico, as revelação de Javé ou Jeová no judaísmo e de Alá a Maomé no Islamismo. Contudo, o Espiritualismo Moderno não foi sistematicamente adotado por nenhuma teologia tradicional; ao contrário, em geral a fenomenologia foi rechaçada, primeiro a pretexto de fraude e depois de feitiçaria, satanismo ou coisa similar — apesar da simpatia de muitos religiosos adeptos de todos os credos.

No meio acadêmico, a recepção inicial é tipicamente fria, carregada de forte ceticismo e às vezes ironia e preconceito. No auge das Mesas Girantes, a primeira medida foi de desdém e prejulgamento de fanatismo, superstição ou fraude; mas com a eclosão das mais evidentes manifestações e uma cobrança generalizada para que a ciência explicasse os insólitos fenômenos, muitos círculos acadêmicos trataram de investigá-los, por exemplo, a Sociedade Dialética de Londres, a Sociedade de Pesquisas Psíquicas e a respeitada Sociedade Real de Ciências, para a qual o nobre físico britânico William Crookes dirigiu uma série de experimentações, valendo-se dos mais requisitados médiuns da época, cujo relatório atestou a existência de uma força sobre-humana, pormenorizando a realidade de variados tipos de fenômenos, dentre os quais o de materialização espiritual. Malgrado todas as evidências, porém, o parecer da Sociedade foi o de arquivar o relatório e um apelo para que Crookes revisse suas convicções; passados três décadas, ele ratificou:

“Já se passaram trinta anos desde que publiquei um relatório dos experimentos tendentes a mostrar que fora de nosso conhecimento científico existe uma Força utilizada por inteligências que diferem da comum inteligência dos mortais... Nada tenho a me retratar. Confirmo minhas declarações já publicadas. Na verdade, muito teria que acrescentar a isto.”
Sir William Crookes addresses the British Association

William Crookes e a materialização do Espírito Katie King produzida pela médium Florence Cook


Na sequência, outros baluartes das ciências se debruçaram sobre os estudos psíquicos e deram parecer favorável às manifestações; reluzem entre eles nomes ilustres como os de Alfred Russel Wallace, Oliver Lodge, Alexandre Aksakof, Charles Richet e Camille Flammarion.

Em trabalhos mais recentes, destacam-se pesquisas da área da psiquiatria e da neurociência, então munidas de avançado aparato tecnológico, capazes de medir os estímulos cerebrais durante experiências de transes, apurando a captação de informações sem os recursos dos órgãos sensitivos comuns, de maneira que cada vez mais fica clara a atuação independe da natureza espiritual em nossa dimensão material.


Mediunidade nas artes

Já que a ficção é uma imitação da realidade, não poderia deixar de haver mediunidade nas artes; dos contos mais antigos às produções mais atuais o imaginário cultural tem bebido dessa fonte com criatividade e às vezes um incrível realismo em comparação com as revelações espíritas.

Fora os livros propriamente religiosos, a ideia da comunicação espiritual está presente em clássicos da literatura mundial, como: Contos de Natal de Charles Dickens (1843), Jane Eyre de Charlotte Brontë (1847), Séraphîta (1834) e Úrsula Morouet (1842) de Honoré Balzac, Histórias Extraordinárias de Edgar Allan Poe (1845) etc. Das publicações mais recentes, vale muito mencionar O Baile das Loucas de Victoria Mas (2019), que ganhou uma excelente adaptação cinematográfica, com título homônimo, estreada no mesmo ano da publicação do livro; o enredo gira em torno de uma moça da época do surgimento do Espiritismo (segunda metade do século XIX) que se descobre médium e por isso é internada no terrível sanatório Salpêtrière do Dr. Charcot, onde as mulheres são tratadas brutalmente — um fiel e triste retrato da realidade de muitos médiuns daquele tempo.


Pôster do filme O Baile das Loucas


Na história do cinema, aliás, um romance revolucionário foi Ghost: do outro lado da vida (1990), vencedor de 2 Oscars, exemplificando o mecanismo mediúnico e por dar um caráter bem humano ao desencarnado (de um tipo fantasmagórico para Espírito). Desde então, inúmeros outros filmes seguiram a mesma linha, igualmente apresentando o médium como uma pessoa comum, conquanto dotada de capacidades psíquicas; é o caso do bem-sucedido filme Além da Vida (Hereafter) de 2010. Com um pouco mais de fantasia, mas não deixando de dar um recado humanizado, vem a animação Paranorman (2012) direcionado ao público infanto-juvenil.


Estrelas do filme Ghost: Demi Moore, Patrick Swayze e Whoopi Goldberg


Das produções televisivas, aparece com destaque para as séries americanas Médium: a paranormal (CBS e NBC), e The Gifted Man (CBS).

No Brasil, novelas como A Viagem (1975) e O Profeta (1977) da extinta TV Tupi — relançadas pela TV Globo respectivamente em e 1994 e 2006 — deram grande visibilidade ao tema mediunidade e à Doutrina Espírita; para as produções originais, o próprio Chico Xavier prestou assessoria aos roteiristas, a pedido da emissora, a fim de manter a encenação mais próxima da realidade mediúnica.

Outra produção brasileira memorável com relação direta ao tema em pauta é o filme Nosso Lar (2010), adaptado do romance homônimo ditado pelo Espírito André Luiz à psicografia do supracitado médium espírita: a obra apresenta o cotidiano dos desencarnados instanciados na colônia espiritual Nosso Lar.


Pôster do filme Nosso Lar


Além de ser tema para as produções ditas puramente humanas — mas que em muitas das quais certamente há inspiração espirituais —, existe a própria arte mediúnica, em que os Espíritos se expressam artisticamente através de médiuns. Um exemplo notável disso foi a inglesa Rosemary Brown, que escrevia e executava peças musicais sofisticadíssimas sob a influência de gênios da música clássica, tais como Liszt, Chopin, Schubert, Beethoven, Bach, Brahms, Schumann e Mozart.

Outra modalidade bastante comum de arte espiritual é a chamada psicopictografia, ou pintura mediúnica, pela qual os Espíritos desenham e pintam usando as mãos dos médiuns.


Contribuição para a humanidade

Como já foi dito, a mediunidade é indispensável para a evolução espiritual da humanidade, visto que somente através de uma interação direta com os seres do mundo espiritual e as revelações das leis naturais divinas é que, de fato, as próprias crenças espiritualistas fazem sentido; do contrário, tudo não passaria de teorias sem verificação.

O valor da contribuição mediúnica pode começar a ser apreciado justamente a partir do valor da Doutrina Espírita, posto que ela é essencialmente um fruto das revelações espirituais e sem as quais ela não existiria:

“As comunicações com os seres do além-túmulo tiveram como resultado nos fazer compreender a vida futura, nos fazer vê-la, nos apresentar aos sofrimentos e aos prazeres que nos esperam conforme nossos méritos, e por isso mesmo encaminhar ao espiritualismo aqueles que não viam em nós nada mais que a matéria, que uma máquina organizada. Também tivemos razão em dizer que o espiritismo matou o materialismo pelos fatos. Se ele tivesse produzido apenas esse resultado, a sociedade já lhe deveria tal reconhecimento; porém ele faz mais do que isso: ele mostra os inevitáveis efeitos do mal e, consequentemente, a necessidade do bem. O número daqueles que ele conduziu a sentimentos melhores, nos quais ele neutralizou as más tendências e desviou do mal é maior do que se pode imaginar — e cresce todos os dias. É para estes que o futuro deixou de ser vago; isso não é mais uma simples esperança: é uma verdade que se compreende e que se explica quando vemos e ouvimos aqueles que nos deixaram, a se lamentar ou a se felicitar pelo que fizeram na Terra. Quem é testemunha disso se põe a refletir, e sente a necessidade de se conhecer, de se julgar e de se corrigir.”
O Livro dos Espíritos, Allan Kardec - Conclusão, item VIII


Veja também


Referências

  • O Livro dos Espíritos, Allan Kardec - Ebook.
  • O Livro dos Médiuns, Allan Kardec - Ebook.
  • O Evangelho segundo o Espiritismo, Allan Kardec - Ebook.
  • Artigo Sobre charlatões, milagres, varellas e outros efeitos colaterais do recurso mediúnico - Espiritismo em Movimento.
  • Missionários da Luz, (André Luiz) Chico Xavier - FEB Editora.
  • Nosso Lar, (André Luiz) Chico Xavier - FEB Editora.
  • A História do Espiritualismo, Arthur Conan Doyle - ebook.
  • Artigo A Mediunidade reconhecida pelos Papas - Espiritismo em Movimento.
  • Recherches sur les Phénomènes du Spiritualisme, William Crookes (em francês) - ebook
  • Resenha O Baile das Loucas: um filme que faz apologia ao Espiritismo - Espiritismo em Movimento.


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Índice de verbetes
A Gênese, os Milagres e as Predições segundo o Espiritismo
Abreu, Canuto
Adolphe Laurent de Faget
Agênere
Alexandre Aksakof
Allan Kardec
Alma
Alma gêmea
Amélie Gabrielle Boudet
Amuleto
Anália Franco
Anastasio García López
Andrew Jackson Davis
Anna Blackwell
Arigó, Zé
Arthur Conan Doyle
Auto de Fé de Barcelona
Auto-obsessão.
Banner of Light
Baudin, Irmãs
Bem
Berthe Fropo
Blackwell, Anna
Boudet, Amélie Gabrielle
Cairbar Schutel
Canuto Abreu
Caridade
Carma
Caroline Baudin
Célina Japhet
Cepa Espírita
Charlatanismo
Charlatão
Chevreuil, Léon
Chico Xavier
Cirne, Leopoldo
Codificador Espírita
Comunicabilidade Espiritual
Conan Doyle, Arthur
Consolador
Cordão de Prata
Cordão Fluídico
Crookes, William
Daniel Dunglas Home
Davis, Andrew Jackson
Denis, Léon
Dentu, Editora
Dentu, Édouard
Desencarnado
Deus
Didier, Pierre-Paul
Divaldo Pereira Franco
Dogma
Dogmatismo
Doutrina Espírita
Doyle, Arthur Conan
Dufaux, Ermance
Ectoplasma
Ectoplasmia
Ecumenismo
Editora Dentu
Édouard Dentu
Elementos Gerais do Universo
Emancipação da Alma
Encarnado
Epífise
Erasto
Ermance Dufaux
Errante
Erraticidade
Errático
Escala Espírita
Escrita Direta
Espiritismo
Espiritismo à Francesa: a derrocada do movimento espírita francês pós-Kardec
Espírito da Verdade
Espírito de Verdade
Espírito Santo
Espírito Verdade
Espiritual
Espiritualidade
Espiritualismo
Espiritualismo Moderno
Evangelho
Expiação
Faget, Laurent de
Fascinação
Fio de Prata
Fluido
Fora da Caridade não há salvação
Fox, Irmãs
Francisco Cândido Xavier
Franco, Anália
Franco, Divaldo
Fropo, Berthe
Galeria d’Orleans
Gama, Zilda
Glândula Pineal
Henri Sausse
Herculano Pires, José
Herege
Heresia
Hippolyte-Léon Denizard Rivail
Home, Daniel Dunglas
Humberto de Campos
Imortalidade da Alma
Inquisição
Irmão X
Irmãs Baudin
Irmãs Fox
Jackson Davis, Andrew
Japhet, Célina
Jean Meyer
Jean-Baptiste Roustaing
Joanna de Ângelis
Johann Heinrich Pestalozzi
José Arigó
José Herculano Pires
José Pedro de Freitas (Zé Arigó)
Julie Baudin
Kardec, Allan
Kardecismo
Kardecista
Kardequiano
Karma
Lachâtre, Maurice
Lacordaire
Lamennais
Laurent de Faget
Léon Chevreuil
Léon Denis
Leopoldo Cirne
Leymarie, Pierre-Gaëtan
Linda Gazzera
Livraria Dentu
London Dialectical Society
Madame Kardec
Mal
Maurice Lachâtre
Mediatriz
Médium
Mediunidade
Mediunismo
Mesas Girantes
Metempsicose
Meyer, Jean
Misticismo
Místico
Moderno Espiritualismo
Necromancia
O Livro dos Espíritos
O Livro dos Médiuns
Obras Básicas do Espiritismo
Obsediado
Obsessão
Obsessor
Onipresença
Oração
Palais-Royal
Panteísmo
Paráclito
Parasitismo psíquico
Pélagie Baudin
Percepção extrassensorial
Pereira, Yvonne A.
Perispírito
Pestalozzi, Johann Heinrich
Pierre-Gaëtan Leymarie
Pierre-Paul Didier
Pineal
Pires, José Herculano
Pneumatografia
Possessão
Prece
Pressentimento
Projeto Allan Kardec
Quiromancia
Religião
Revelação Espírita
Rivail, Hypolite-Léon Denizard
Roustaing, Jean-Baptiste
Santíssima Trindade
Santo Ofício
Sausse, Henri
Schutel, Cairbar
Sematologia
Sentido Espiritual
Sexto Sentido
Silvino Canuto Abreu
Sociedade Dialética de Londres
Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas
SPEE
Subjugação
Superstição
Talismã
Terceira Revelação
Tiptologia
Tribunal do Santo Ofício
Trindade Universal
Ubiquidade
UEF
União Espírita Francesa
Vampirismo
Verdade, Espírito
Videira Espírita
William Crookes
X, Irmão
Xavier, Chico
Xenoglossia
Yvonne A. Pereira
Zé Arigó
Zilda Gama

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